Aplicabilidade da técnica PIXE para avaliar a concentração cromo em ratos Wistar pré-diabéticos

Patrícia Molz, Joel Henrique Ellwanger, Cláudia Telles de Souza, Liana Appel Boufleur Niekraszewicz, Carla Eliete Iochims dos Santos, Johnny Ferraz Dias, Daniel Prá, Silvia Isabel Rech Franke

Resumo


Dieteticamente,o Cromo (Cr+3), em diferentes formas comerciais, tem sido sugerido como umaalternativa para o tratamento da Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2), no entanto,este aspecto permanece controverso. Muitos estudos indicam que o Cr+3 podeatuar no metabolismo da glicose, potencializando a ação da insulina. Até apresente data, poucos estudos avaliaram a concentração do Cr, no sangue ou emórgãos, após suplementação de Cr, a fim de avaliar a efetividade do elemento.Ainda neste contexto, sabe-se que o Cr+3 possui uma baixa taxa de absorção oque dificultaria essa quantificação. A técnica de Particle Induced X-ray Emission (PIXE) pode ser um métodoalternativo para avaliar a concentração de Cr+3 no sangue e em órgãos. Nesteestudo, avaliou-se a efetividade da técnica de PIXE para detectar cromo emamostras biológicas num modelo animal de pré-diabetes suplementado com Cr+3.Ratos Wistar machos com cerca de 100 dias de idade foram induzidos aopré-diabetes (fase inicial no estabelecimento da DM2) por administração deaçúcar invertido (32% na água de beber) durante 17 semanas. Cr+3, na forma deClCr3 (cloreto de cromo), foi administrado concomitantemente com o açúcarinvertido como estratégia para evitar estabelecimento DM2. Os níveis de Cr nosangue, fígado e pâncreas foram determinados pela técnica PIXE. Os resultadosindicaram que a suplementação com ClCr3 associado com o açúcar invertido apresentouum efeito hipoglicemiante, no qual o Cr apresentou glicemia semelhante as dosanimais do grupo que utilizou apenas ClCr3. A ingestão efetiva de Cr+3 diferiusignificativamente (p<0,01) entre os grupos suplementados com ClCr3. Asconcentrações de Cr no sangue também diferiram significativamente entre osgrupos, apesar de ter sido observada a maior ingestão de Cr+3 pelos ratostratados com açúcar invertido mais ClCr3, mesmo que esses animais nãoapresentavam níveis significativamente aumentados de Cr no sangue em relação aogrupo controle. Este aspecto pode indicar que pré-diabetes esgotou o nível deCr no sangue. A técnica PIXE não foi capaz de detectar as concentrações de Crno fígado, entretanto foi possível de detectar Cr no pâncreas. O açúcar invertidoinfluenciou significativamente na absorção do Cr no pâncreas (p<0,001). Essadiminuição de Cr observada no grupo que recebeu ClCr3 e açúcar invertido podeestar relacionada com a potencialização da ação da insulina. Em conclusão, atécnica PIXE foi eficaz de detectar níveis de Cr no sangue e no pâncreas, masnão no fígado neste modelo de rato pré-diabético suplementado com Cr+3.

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