DIABETES MELLITUS GESTACIONAL: AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE CALORIAS E DE MACRONUTRIENTES ASSOCIADOS AO GANHO DE PESO E AO DANO GENÔMICO

Giulianna Londero Orsolin, PATRÍCIA MOLZ, ALOMA JACOBI LANA, ANDRESSA DUARTE SEEHABER, LUANA BEATRIZ LIMBERGER, CAROLINE DOS SANTOS, DANIEL PRÁ, DIENE DA SILVA SCHLICKMANN, SILVIA ISABEL RECH FRANKE

Resumo


Introdução:Durante a gestação, a alimentação exerce um papel importante em virtude doaumento da demanda de energia, a fim de se garantir a saúde materno-fetal.Neste período, o ganho de peso depende do estado nutricional da gestante, estáassociado com diversas patologias, como a Diabetes Mellitus Gestacional (DMG).A gestação por si é caracterizada por aumento de danos oxidativos em virtude dademanda metabólica aumentada, maior atividade mitocondrial e grande necessidadede oxigenação dos tecidos. Na DMG ocorre um aumento ainda maior nos danosoxidativos caracterizado como um estado de disfunção endotelial, e as espéciesderivadas do metabolismo do oxigênio e do nitrogênio contribuem para o progressoda doença. Objetivo: Avaliar o consumo de Calorias e de macronutrientesassociados ao ganho de peso e ao dano genômico em mulheres com DMG. Método: Participaramdo estudo, mulheres DMG, com gestação única e idade entre 20 e 39 anos, querealizaram consultas de pré-natal no Hospital Universitário de Santa Maria, RS,no período de janeiro a abril de 2015. O consumo médio de Calorias e demacronutrientes da dieta foi calculado no programa DietWin®, por meio de 3recordatórios alimentares de 24 horas. O ganho de peso gestacional foicalculado pela diferença entre o peso gestacional final e o pesopré-gestacional.  A classificação doestado nutricional pré-gestacional (IMC pré-gestacional) e a respectivarecomendação de ganho de peso foi realizada segundo o Instituto de Medicina dosEUA (IOM). Os danos genômicos foram avaliados pelo Ensaio de Micronúcleos emCélulas Esfoliadas de Mucosa Oral (MNxl). A análise dos dados foi realizada noprograma Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0. Resultados:Ao todo, avaliou-se 50 gestantes, com idade média de 33,19 ± 5,72 anos, no qual22% apresentaram consumo de calorias elevado, bem como 98%, 90% e 36% dasgestantes ingeriram, respectivamente, carboidratos, proteínas e lipídiosexcessivamente. Dietas com ingestões de calorias e macronutrientes excessivassão consideradas fatores de risco para o excessivo ganho do peso. De acordo como IMC pré-gestacional, 50% das gestantes apresentaram ganho de peso gestacionalbaixo, 28% ganho de peso gestacional normal e 22% ganho de peso gestacionalelevado. Foi observada uma tendência de aumento no ganho de peso, conforme oaumento do consumo energético (r=0,252; p=0,077). Apenas o consumo decarboidratos apresentou associação significativa com o ganho de peso (r=0,433;p=0,002), corroborando com outros estudos que associaram o excesso de peso aoconsumo de carboidratos. Estudos avaliando a relação entre a alimentação dagestante com danos genômicos ainda são excessões na literatura. Observou-se queo aumento na ingestão de macronutrientes, aumentou a frequência de micronúcleos(p<0,05), e a frequência de brotos nucleares correlacionou negativamente como consumo calórico (r=-0,557; p<0,0001). Conclusão: Apesar da ingestãoexcessiva de carboidratos e proteínas, poucas gestantes DMG tiveram excesso de caloriasna dieta. Além disso, as gestantes DMG com maior ingestão de calorias ecarboidratos apresentaram maior ganho de peso, assim como as gestantes DMG commaior consumo de calorias e macronutrientes apresentaram maior frequência demicronúcleos. Isso indica a necessidade de reduzir as calorias moderadamenteenfocando a melhora da distribuição de macronutrientes na dieta para o controledo ganho de peso excessivo e redução de danos gnômicos.                         Palavras-chave: Diabetes MellitusGestacional, macronutrientes, ganho de peso, dano genômico

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