O NÚMERO DE GESTAÇÕES AUMENTA O RISCO DE ANEMIA GESTACIONAL?

KÁTIA CECÍLIA BIASUZ TREVISAN, PATRÍCIA MOLZ, JULIA THIES BALADÃO, LAURA HELEN MERCADO VARGAS, NATHALIA AGAZZI TRINDADE, CAROLINE MOMBAQUE, DANIEL PRÁ, SILVIA ISABEL RECH FRANKE

Resumo


Introdução:Aprevalência de anemia na gestação, em países em desenvolvimento é bastanteelevada, tornando-se um problema de saúde pública. Como desencadeante da anemiana gestação, podemos identificar fatores como: deficiências nutricionais, doençascrônicas, distúrbios hereditários, deficiência de ferro e a multiparidade. Umaprevalência de até 4,9 % de anemia, segundo critérios da Organização Mundial daSaúde (OMS), é considerada uma situação de normalidade. Para avaliar a anemiana gestação são utilizados os parâmetros bioquímicos de hematócrito (<35%) ehemoglobina (<110g/L), porém deve-se ressaltar que fisiologicamente, osníveis de hematócrito e hemoglobina apresentam uma queda aproximada de 5 g/Ldurante o segundo trimestre da gestação. A hemodiluição, provocada pelo aumentodo volume plasmático e da circulação aumentada de hemácias, proporciona umsuporte nutricional adequado para o crescimento fetal. Os níveis de ferroretornam ao normal, aproximadamente seis meses após o parto sempre que a evoluçãodo puerpério transcorra normalmente, e quando durante o parto, a perda sanguíneanão seja exagerada. Objetivo: Verificar se o número de gestações aumenta orisco de anemia gestacional nas puérperas atendidas no Hospital Universitáriode Santa Maria. Método: o presente estudo foi realizado entre os meses dejaneiro a abril de 2015, no qual foram excluídas as pacientes com idadeinferior a 18 anos, pacientes usuárias de drogas e pacientes soropositivas. Detodas as puérperas que aceitaram participar do estudo, assinando o Termo deConsentimento Livre e Esclarecido, selecionaram-se as puérperas queapresentavam em seus prontuários dados referentes à presença ou ausência deanemia. Os dados referentes ao número de gestações foram coletados nos prontuários,nas fichas de avaliação, nas carteiras de pré-natal e/ou em entrevistasrealizadas por acadêmicas do curso de medicina, residentes da multiprofissionale pela própria pesquisadora, sendo todos devidamente treinados. Após coletadosos dados, subdividiu-se as puérperas em quatro grupos: Grupo 1 (1 gestação),grupo 2 (2 gestações), grupo 3 (3 gestações) e grupo 4 (4 ou mais gestações) ea seguir calculou-se o risco relativo (RR) e exato de Fischer realizado noprograma GraphPad Prism versão 6,0(San Diego, CA). Resultados: Ao todo,participaram do estudo 150 puérperas que apresentaram informações referentes àpresença de anemia durante a gestação. A prevalência de anemia gestacional(50%) foi maior entre as puérperas que tiveram quatro ou mais gestações (entre4 e 11 gestações observadas na amostra). No presente estudo, verificou-se que ogrupo 4 apresentou 1,39 vezes mais risco de apresentar anemia que o grupo 1(Intervalo de Confiança (IC)=0,93-2,07 e p=0,067). Em relação às puérperas dogrupo 2 e 3, não observou-se risco relativo significativo em relação ao grupo 1(RR=0,96; IC(0,66-1,42) e p=0,435; RR=1,07; IC(0,75-1,54) e p=0,347),respectivamente. Conclusão: A multiparidade foi fator de risco para anemiagestacional na população estudada. Portanto, a atenção pré-natal deve focarestas mulheres para prevenir a anemia.                         Palavras-chave: Anemia,multíparas, gestação

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.