FREQUÊNCIA DE MICRONÚCLEOS COMO MARCADOR DA ESTABILIDADE GENÔMICA EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA PERIODONTAL: ASSOCIAÇÃO COM CARACTERÍSTICAS DO ESTILO DE VIDA E NÍVEL SOCIOECONÔMICO

Tatiana Borba, Daniel Prá, Leo Kraether Neto, Patrícia Molz, Silvia Isabel Rech Franke

Resumo


Aperiodontite é uma doença infecto-inflamatória que acomete os tecidos deproteção (gengiva) e de sustentação (cemento, ligamento periodontal e ossoalveolar) dos dentes. Em sua gênese, antígenos bacterianos modulam a respostado hospedeiro, induzindo o aumento de citocinas pró-inflamatórias quecontribuem para a destruição dos tecidos periodontais e consequentemente para amobilidade dentária e perda dos dentes. A ativação do sistema imune e a reaçãobactericida, que ocorrem na periodontite, contribuem para o aumento na produçãode espécies reativas de oxigênio (ERO) e para o estresse oxidativo quemodificam bases no DNA, danificando-os e formando micronúcleos. Leucócitospolimorfonucleares (PMNs), liberados pela resposta imuno-inflamatória dohospedeiro, também produzem e liberam uma grande quantidade de ERO, culminandoem dano oxidativo. Um dos métodos mais estabelecidos para avaliar a integridadedo DNA é o teste de micronúcleos (MNxl), que analisa danos nos cromossomas in vivo.Sua pesquisa nas células orais é minimamente invasiva e bastante promissora namonitorização de populações expostas a agentes genotóxicos como a doençaperiodontal. Diante disto, o objetivo do presente estudo será avaliar seexistem diferenças na frequência de micronúcleos em células da mucosa bucal depacientes saudáveis e de portadores de doença periodontal moderada ou grave eassociar essa variável às características do estilo de vida, ao IMC e ao nívelsocioeconômico. Trata-se de um estudo transversal do qual farão parte daamostra 75 indivíduos com idade entre 40 e 70 anos, de ambos os sexos, queserão divididos em três grupos caracterizados quanto à presença ou ausência deperiodontite e também quanto à severidade da doença. Serão realizados questionáriosautoreferidos, exame clínico periodontal, além de coleta e análise das célulasdo epitélio bucal para teste de micronúcleos. Assim, espera-se com o presenteestudo, encontrar diferença entre os grupos de casos e de controle no que dizrespeito a células basais com micronúcleos. Além disso, deseja-se conseguirrelacionar estas diferenças na frequência de micronúcleos com alguns aspectosdo estilo de vida, tais como tabagismo, ingestão de álcool, com doençasconfundidoras (diabetes mellitus, artrite reumatoide, doenças crônicas dofígado), sobrespeso/obesidade e com o perfil socioeconômico. Uma maiorfrequência de micronúcleos, encontrada nas células de indivíduos com doençaperiodontal, poderá ser utilizada como biomarcador de estabilidade genômica e vira despertar o interesse para futuras investigações relacionadas àcarcinogênese.                         Palavras-chave: periodontite,micronúcleos, estresse oxidativo, estilo de vida.

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