PESO AO NASCER E IDADE GESTACIONAL DA CRIANÇA E OBESIDADE DOS PAIS: ASSOCIAÇÃO COM FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES
Resumo
INTRODUÇÃO:As doenças crônicas possuem inúmeras causas e estas vêm sendo também associadasao crescimento na fase inicial da vida. Também a obesidade dos pais podeinfluenciar os fatores de risco de crianças e adolescentes, seja geneticamente,ou através de fatores ambientais. OBJETIVO:Verificar a associação do peso ao nascer, idade gestacional da criança eobesidade dos pais com os fatores de risco cardiovasculares em escolares. MÉTODO: Constituem-se sujeitos dopresente estudo 1831 escolares de 6 a 17 anos. Entre os indicadores antropométricosforam avaliados o Índice de Massa Corporal (IMC), após a aferição do peso e daestatura dos escolares; circunferência da cintura (CC), medida com fita métricainelástica, utilizando-se como referência a parte mais estreita do tronco entreas costelas e a crista ilíaca; percentual de gordura (%G), calculado utilizandoa equação de Slaughter et al. (1988), através das dobras cutâneas triciptal esubescapular, medidas com Compasso de Lange. A pressão arterial sistólica (PAS)e diastólica (PAD) foi aferida no braço esquerdo com o escolar em repouso. Paraavaliação dos indicadores bioquímicos, glicemia, triglicerídeos, colesteroltotal e suas frações (LDL e HDL), foi realizada coleta sanguínea, após jejum de12 horas. O peso ao nascer e idade gestacional dos escolares foi investigadoatravés de questionário respondido pelos pais. O peso ao nascer foiclassificado de acordo com os critérios da OMS (1977), que estabelece baixopeso (menos de 2500g), peso insuficiente (2500g a 2999g), peso adequado (3000ga 3999g) e excesso de peso (4000g ou mais). Para a idade gestacional ao nascer,foram considerados prematuros extremos, crianças nascidas antes de 26 semanasde gestação; pré-termo, crianças nascidas de 26 a 37 semanas de gestação;termo, crianças nascidas entre 37 a 42 semanas; e pós-termo, crianças nascidasapós as 42 semanas de gestação. A obesidade dos pais foi autorreferida pelosmesmos, através do mesmo questionário. Para análise estatística utilizou-se osoftware SPSS 20.0. Para verificar a associação da obesidade dos pais com osfatores de risco dos escolares, utilizou-se o Teste t. Já, para verificar aassociação do peso ao nascer e da idade gestacional com os fatores de risco, utilizou-seAnova de um fator e o post hoc escolhido foi o Bonferroni. Considerou-se onível de significância de p≤0,05. RESULTADOSE DISCUSSÃO: Escolares com excesso de peso ao nascer apresentaram maioresmédias de IMC (p<0,001), CC (p<0,001), PAS (p<0,001) do que osescolares nas demais faixas de peso ao nascer; e maior média de %G (p=0,043) ePAD (p=0,018) do que escolares com peso insuficiente ao nascer. Filhos de mãesobesas apresentaram maiores médias de IMC (p<0,001), CC (p<0,001), %G (p=0,004)e PAD (p=0,004) e filhos de pais obesos apresentaram maiores médias de IMC e CC(p<0,001, para ambos). Os indicadores bioquímicos não apresentaramassociação com a obesidade dos pais, o peso ao nascer ou idade gestacional. Naliteratura, tanto o baixo peso, quanto o excesso de peso ao nascer, vêm sendoassociados à obesidade na infância e adolescência. Do mesmo modo, diversosestudos vêm apontando a associação da obesidade dos pais com indicadores deobesidade dos filhos. CONCLUSÃO: Opeso ao nascer apresentou associação com os indicadores antropométricos dosescolares e o com a pressão arterial e a obesidade dos pais também apresentouassociação com os indicadores antropométricos dos escolares. PALAVRAS-CHAVES: Peso ao nascer.Fatores de Risco. Idade Gestacional. Crianças. Adolescentes.
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