ANALISE DA CAPACIDADE VITAL FORÇADA DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR COM NASCIMENTO PREMATURO

Caroline Heemann Vione, Dannuey Machado Cardoso, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


INTRODUÇÃO: O avanço tecnológicoe científico na área da pediatria tem possibilitado investigação mais adequadade novos mecanismos de lesão pulmonar, o que resulta em maior sobrevida dosrecém-nascidos prematuros na última década. Além desse aspecto, as característicasclínicas e patológicas do desenvolvimento pulmonar mudaram, sendo aindadesconhecida a história atual bem como se as alterações fisiopatológicasocorridas na prematuridade podem causar alterações na função pulmonar durante afase adulta. A avaliação da função pulmonar tornou-se um componente importanteno diagnóstico de diversas doenças pulmonares. A espirometria consiste em umadas provas de função pulmonar mais utilizada entre adultos e crianças. Trata-sede um exame não invasivo e de boa reprodutibilidade que permite a aferição defluxos e volumes pulmonares através de manobras de expiração rápida, devendoser ressaltado que a maioria das crianças em fase escolar é capaz derealizá-la. A capacidade vital é um dos volumes pulmonares passíveis deavaliação pela espirometria e, a manobra de capacidadevital forçada (CVF) possibilita a medida do máximo volume expirado obtido apartir de uma inspiração máxima. OBJETIVO: Avaliar a capacidade vital forçadade crianças em idade escolar que nasceram prematuras. MÉTODO: Estudotransversal queavaliou crianças em fase escolar nascidas prematuras (Grupo Prematuro: GP) enascidas a termo (Grupo a Termo: GA) com idade entre 6 e 9 anos e de ambos ossexos. A CVF foi avaliada através deespirometria portátil (MicroloopCare Fusion®, EUA) com normativas baseadas nas diretrizes da American Thoracic Society. RESULTADO:Amostra composta por 102 crianças (GP = 49 e GA = 53) com idade de 7,43 ± 1,12 anos e IMC de 18,75 ± 3,54 Kg/m2. Não foi observada diferençaestatística na CVF entre os grupos avaliados. DISCUSSÃO: O presente estudo avalioua CVF de crianças em idade escolar que nasceramprematuras, não tendo havido diferença estatística neste volume pulmonar entrecrianças a termo e pré-termo. A função pulmonar em crianças na idade escolar sofre interferênciade fatores antropométricos durante o processo de crescimento e desenvolvimento.Proporcionalmente ao crescimento, a CVF continua a aumentar aproximadamente atéos 25 anos, sendo esse aumento, decorrente do aumento da massa muscular. Aprematuridade pode afetar a função pulmonar em crianças com menos de 8 anos,nascidas entre 33 e 34 semanas de gestação com semelhanças aos prematurosextremos, em que apresentam maior proporção de doenças respiratórias eintervenções durante o período neonatal. No entanto, crianças acima de 14 anos apresentama normalização de sua função pulmonar. Em nosso estudo, a não observância dediferença na CVF entre os grupos avaliados pode ter sido atribuída àsdiferenças de sexo e altura na amostra avaliada, sendo que a influência destasvariáveis sobre a CVF ainda serão avaliadas através de regressão linearsimples. O sexo e a faixa etária podem influenciar os volumes pulmonares,especificamente a CVF e o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1).CONCLUSÃO: Foi observado na presente amostra que, apesar da prematuridade, aCVF destas crianças apresentou-se similar àquela das crianças nascidas à termo,o que permite a inferência de que a prematuridade, na faixa etária avaliada,não alterou a função pulmonar.   Palavras-chaves: Prematuridade; capacidadevital forçada, espirometria.

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