Atividade Física Adaptada para Autistas: uma proposta psicomotora relacional.

Sâmara Bittencourt Berger, Elenice Berger, Leticia Maria dos Santos, Leonardo Berger Velasques Cunha

Resumo


O autismo é a terceira mais comum desordem no desenvolvimento, ocorrendo em 40 a 130
casos por 100.000, seu diagnóstico é clínico sendo baseado nos critérios do DSM-V. Devido a
isto não se concebe mais pensar na Educação Física adaptada desvinculada à educação geral
de pessoas com necessidades educativas especiais,especificamente com diagnóstico de
autismo. Sendo isto possível através da construção de momentos pedagógicos estruturados
em ambientes e materiais que favoreçam as manifestações sócias afetivas. Nas sessões de
atividade física adaptada temos como objetivo utilizar uma metodologia ativa e relacional em
crianças com diagnóstico de autismo nos municípios de abrangência da UNISC para assim
atender as necessidades de trabalhar a corporeidade através de estímulos lúdicos,
psicomotores, sócio-afetivos, criando situações de interação familiar, que os provoque,
descubram e explorarem as 'eficiências' de autista como uma possibilidade para o seu
desenvolvimento. O projeto tem parceria com associação Luz Azul de Santa Cruz do Sul,
assim contemplando as Políticas Públicas de Inclusão Social. Cada sessão tem a duração de
60 minutos onde são vivenciadas atividades que desenvolvam habilidades psicomotoras, junto
com seus familiares, como jogos de construir, destruir e reconstruir ou aparecer e desaparecer,
aparelhos para subir e descer, equilibrar e desequilibrar, além da ginástica para trabalhar o
controle de seu corpo: contato corporal, voz, olhar, gestos, descentração, socialização, escuta,
compartilha, ajusta...estabelecem laços com os que rodeiam, segurança e autonomia
progressiva a partir da estimulação de áreas do cérebro que produzam neurotransmissores
importantes como:dopamina, noradrenalina, ocitocina, serotonina, responsáveis pela interação
social, e baixa da ansiedade. Portanto mesmo nos casos severos de autismo, como de
insegurança e inabilidades motoras, os participantes demostraram um avanço importante no
desempenho/controle físico, relacional e de autoestima. Percebe-se da a redução de
comportamentos de auto e heteroagressão, pois manifestam um temperamento alegre e de
maior tolerância com o próximo, o que de fato propiciou a diminuição da dosagem de
medicação antidepressiva e uma melhor interação do autista com seu círculo relacional na
família, na escola e entre seus pares. Este conjunto de manifestações decorrentes das
atividades trabalhadas e exploradas com eles tornou plausível uma melhor qualidade de vida
aos sujeitos e seus familiares.

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