PERFIL OCUPACIONAL DOS MÉDICOS DE FAMÍLIA E COMUNIDADE: UM ESTUDO PILOTO.

Juliana da Rosa Wendt, Hildegard Hedwig Pohl, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Introdução: No Brasil, há cerca de quatro mil médicos de família e comunidade,
correspondendo a 1,2% do total de médicos especialistas no país. Trata-se de uma população
ainda pouco investigada, cujo foco de trabalho é a Atenção Primária em Saúde. 36,2% dos
médicos de família estão concentrados demograficamente na Região Sul do Brasil. Nessa
perspectiva, na pesquisa intitulada “Medicina de Família e Comunidade no Sul do Brasil:
satisfação com o trabalho e qualidade da Atenção Primária em Saúde”, objetivou-se traçar um
perfil ocupacional desses médicos, sendo o presente trabalho resultado do estudo piloto desta
investigação.
Métodos: Estudo transversal que utilizou questionário digital sobre o perfil socioeconômico e
ocupacional, enviado por e-mail aos sujeitos que atendiam aos critérios de inclusão propostos
na pesquisa original: ter registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde
trabalha; ser especialista em Medicina de Família e Comunidade, através de conclusão de
residência médica e/ou aprovação em prova de titulação; e residir e trabalhar na Região Sul do
Brasil. Para o estudo piloto, foram selecionados, por conveniência, 25 médicos de família, que
atendiam a esses mesmos critérios de inclusão, exceto o de residir e trabalhar na Região Sul
do Brasil.
Resultados: Concluíram o questionário 16 participantes, sendo 11 destes do sexo masculino
(68,75%), com média de idade de 37 anos (DP= 6), grande parte residente no estado do Rio de
Janeiro (n= 5; 31,25%). A maior parte dos respondentes possuía apenas uma atividade
remunerada atual (50%), com tempo médio de trabalho de 37,04 meses (DP= 29,56). 68,75%
tinha pelo menos uma atividade de assistência em Atenção Primária em Saúde, sendo a
maioria realizada em Unidades Básicas de Saúde do sistema público (71,42%). A docência foi
o segundo tipo de atividade mais frequente, correspondendo a 22,22% dos vínculos. 48,18%
das atividades tinham carga horária de 40 horas semanais, com remuneração bruta por vínculo
variando entre R$ 1.000,00 e R$ 65.000,00, com média de R$ 13.405,92.
Conclusões: A maioria dos médicos de família participantes trabalha exclusivamente na
Atenção Primária em Saúde em Unidade Básica de Saúde do sistema público, com
remuneração bastante variada. No entanto, por se tratar de estudo piloto, com amostragem
diminuta e por conveniência, é necessária a condução da pesquisa original para que seja
descrito o perfil ocupacional dos médicos de família e comunidade do Sul do Brasil.

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