DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS NA POPULAÇÃO PRISIONAL DO RIO GRANDE DO SUL, ESTUDO PILOTO

Karine Zanatti Ely, Lia Possuelo

Resumo


Introdução: Espera-se alta incidência de tuberculose (TB), hepatites virais e infecçõessexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida(AIDS) na População Privada de Liberdade (PPL). Objetivo: Identificar a incidência deHIV/AIDS, tuberculose, sífilis e hepatites virais na PPL do Rio Grande do Sul (RS) eavaliar a possibilidade de utilização de um formulário on-line para o monitoramentodestes agravos. Métodos: Estudo descritivo transversal que utiliza questionário on-line,desenvolvido no saftware livre LimeSurvey. O link do questionário, referente ao períodode janeiro a novembro de 2016, foi encaminhado por e-mail para as 43 equipes de saúdeprisional do RS, no primeiro semestre de 2017, disponibilizando o período de 30 dias parao seu preenchimento. Os dados foram tabulados Excel 2010 e as análises estatísticasrealizadas no SPSS (v. 23.0), considerando significativos valores de p<0,05. Foi aprovadopelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC com parecer nº 2.170.472, atendendo aResolução 466/2012. Resultados: Apenas 24 questionários estavam completos ereferiam-se a 14 instituições penais com Equipes de Atenção Básica Prisional, trêsinstituições atendidas por Estratégia de Saúde da Família e cinco instituições que não temequipes de saúde habilitadas. Foram informados o confinamento de 641 mulheres e 9415homens nestas instituições. No período avaliado foram diagnosticados 179 casos de TBrepresentando incidência de 1,78%, sendo oito multiresistentes e um óbito. Apenas 30%da PPL foi testada para TB por baciloscopia, cultura de escarro ou teste rápido molecular.A incidência de HIV foi semelhante em homens e mulheres, com 0,64% e 0,62%,respectivamente. A coinfecção TB/HIV representou quase metade dos casos de HIVdiagnosticados e ocorreu um óbito por esta causa. A incidência de Sífilis foi muitosuperior nas mulheres, atingindo 6,24% delas, enquanto nos homens foi de 1,38%.Hepatites B e C infectaram menos de 1% dos presos. Conclusões: O questionário on-lineé uma ferramenta gratuita, rápida, de fácil compreensão que pode ser utilizada paramonitorar os casos de doenças infectocontagiosas na PPL. Os resultados deste estudopiloto apontam para uma baixa incidência de doenças infectocontagiosas na PPL, combaixo número de presos triados. Sugere-se aprofundamento deste estudo, bem comocapacitação técnica e educação continuada para as equipes de saúde prisionais.

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