ANÁLISE DA FADIGA MUSCULAR RESPIRATÓRIA NO DESMAME DA VENTILAÇÃO MECÂNICA: ESTUDO DE CASO

Litiele Evelin Wagner, Nadiele Cavalheiro Fischer, Diogo Fanfa Bordin, Michele Saldanha, Dulciane Nunes Paiva, Eder Kröeff Cardoso

Resumo


Introdução: A fadiga muscular respiratória (FMR) pode ocasionar falha no desmame da
ventilação mecânica invasiva (VMI) e a eletromiografia de superfície (EMG) possibilita avaliar a
fadiga muscular através da frequência mediana (Fmed) do sinal obtido por meio dos potenciais
de ação gerados nas fibras musculares. Objetivo: Analisar a curva de fadiga e ativação
muscular respiratória durante o desmame da VMI por meio do tubo T Ayre. Métodos: Estudo
de caso que avaliou paciente do sexo feminino (55 anos), admitida na Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) de Trauma Adulto do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. Vítima
de acidente automobilístico, apresentou traumatismo crânio encefálico (TCE) grave, sendo
necessária craniotomia descompressiva com colocação de dreno intraparenquimatoso.
Realizada Intubação Orotraqueal (IOT) e instituída VMI. No momento da avaliação, a paciente
estava em VMI há dez dias. Foram avaliadas a fadiga e a ativação eletromiográfica durante o
Teste de Respiração Espontânea (TRE) em tubo T Ayre por 30 minutos. Analisadas a Fmed e o
percentual de root mean square (%RMS) do músculo esternocleidomastoideo (ECM) direito
através da EMG, com eletrodos circulares de superfície e configuração bipolar (raio de 15 mm),
pré-amplificados e conectados a um sensor diferencial, cuja distância entre o centro dos
eletrodos foi de 30mm. Antes do TRE, os eletrodos foram aderidos no ventre muscular do ECM
direito. A paciente foi desconectada da VMI para avaliação da contração voluntária máxima
inspiratória com oclusão do tubo T por válvula unidirecional. Reconectada à VMI para
descanso e, após 5 minutos, novamente acoplado o tubo T Ayre e iniciado o TRE para realizar
as análises eletromiográficas. Fez-se necessário retorno à VMI por esforço respiratório,
taquipneia e queda da saturação periférica de oxigênio (SpO2=86%). No momento da
avaliação, a paciente estava há 4 horas com pausa de sedação, acordada, mobilizando os
membros ativamente e sinais vitais estáveis. Os dados foram expressos em frequência (%).
Resultados: O músculo ECM apresentou queda da Fmed em 23,91% e aumento da ativação eletromiográfica em 27%.
Conclusão: Uma maior queda no sinal da Fmed e maior ativação eletromiográfica são possíveis
preditores de fadiga muscular, o que pode levar à falha no desmame da VMI. Faz-se necessário
mais estudos na área da terapia intensiva com este perfil de pacientes e com maior número
amostral para adequada extrapolação dos resultados obtidos.
Palavras-chave: desmame da ventilação mecânica, fadiga muscular, eletromiografia.

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