Resumo
Introdução: No Brasil, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte. A
cardiologia intervencionista vem evoluindo de forma muito rápida e resolutiva. No entanto, as
complicações hemorrágicas permanecem presentes no cotidiano dos hospitais.
Objetivo: Identificar e correlacionar se as características sócio-demográficas e clínicas dos
procedimentos, o uso de anticoagulantes, antiagregantes plaquetários e antitrombóticos
podem estar associadas às complicações hemorrágicas em pacientes submetidos à intervenção
coronarianapercutânea (ICP).
Métodos: Estudo transversal analítico, com 17 pacientes coletados de forma aleatória.
Utilizou-se um instrumento de coleta para caracterização sócio demográfica e clínica, e
farmacologia antitrombínica utilizada.
Resultados: 58% dos pacientes eram do sexo masculino e 23,5% possuíam obesidade. 41,17%
apresentaram complicações hemorrágicas, e maior proporção de hemostasia por compressão
mecânica na retirada do introdutor. Estes pacientes apresentam um risco 2,6 vezes maior de
hemorragias que a retirada manual, padrão ouro. Evidenciou-se também um menor uso de
heparina não fracionada, sendo esta a medicação padrão utilizada para todos. Hipertensão
arterial sistêmica, história familiar de doença arterial coronariana, e diabetes mellitus foram
identificados como principais comorbidades. Foram identificados como preditores de
complicações hemorrágicas: sexo masculino, obesidade, forma de hemostasia para retirada do
introdutor (compressão mecânica). E como preditores independentes de complicações: sexo
feminino e o emprego dos inibidores da Glicoproteína IIb/IIIa. As complicações hemorrágicas
evidenciadas foram: equimoses, hematomas e sangramento no sítio da punção.
Conclusões: A retirada do introdutor requer cuidados de enfermagem contínuos que devem
constituir parte da atuação rotineira do Enfermeiro, e mesmo quando utilizado a compressão
mecânica, esta deve ser feita sob vigília; bem como o domínio das medicações antitrombinicas
utilizadas.