POLIMORFISMO RS9939609 E EFEITOS DE UM PROGRAMA DE INTERVENÇÃO SOBRE A APTIDÃO FÍSICA

Cláudia Daniela Barbian, Miria Suzana Burgos

Resumo


RESUMO:
Introdução: A associação da obesidade com o polimorfismo rs9939609 do gene FTO é relatado
na literatura, indivíduos com sobrepeso/obesidade parecem demonstrar redução da aptidão
física relacionada à saúde e ao desempenho motor. Contudo, um potencial efeito modificador
do gene FTO sobre esses parâmetros, após programa de intervenção com exercícios físicos,
ainda é desconhecido. Objetivo: verificar se adolescentes com sobrepeso/obesidade e
distintos genótipos do polimorfismo rs9939609 do gene FTO, respondem diferentemente a um
programa de intervenção interdisciplinar, em relação à aptidão física relacionada à saúde e ao
desempenho motor. Método: estudo quase-experimental, com 46 adolescentes com
sobrepeso/obesidade, divididos igualmente em grupos experimental-GE e grupo controle-GC,
de 10 a 15 anos, de ambos os sexos. Durante seis meses o GE recebeu intervenção com
exercícios físicos, acompanhamento nutricional e psicológico. Foram avaliados, pré e pósintervenção,
indicadores de saúde (Índice de Massa Corporal–IMC, aptidão cardiorrespiratória-
APCR, abdominal e flexibilidade) e indicadores de desempenho motor (agilidade, velocidade,
força de membros inferiores-FMI e força de membros superiores-FMS). As avaliações seguiram
protocolos do Projeto Esporte Brasil e o IMC foi classificado pelas curvas de percentis da
Organização Mundial da Saúde. O polimorfismo rs9939609 do gene FTO foi genotipado por
meio de PCR em tempo real, com sondas do tipo TaqMan e equipamento StepOnePlus. Foi
realizado teste estatístico de Mann-Whitney e Wilcoxon, considerando significativos os valores
de p<0,05. Resultados: adolescentes do GE, com genótipo TT e AT/AA, apresentaram aumento
da resistência abdominal (p=0,028 e p=0,035) e FMS (p=0,018 e p=0,033), respectivamente;
houve melhora da agilidade (p=0,015) nos portadores dos genótipos AT/AA. Ao comparar a
diferença entre as médias pré e pós-intervenção dos adolescentes com alelo de risco para
obesidade (A) com os de genótipo TT, não houve diferenças nas variáveis. Conclusão: após a
intervenção, independente do genótipo, houve melhora para resistência abdominal e FMS,
bem como melhora da agilidade nos portadores do alelo A. Quando comparados os resultados
dos diferentes genótipos (AT/AA vs TT), não houve diferenças entre ambos, na resposta às
variáveis de aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho motor, sugerindo que a
variabilidade genética não modifica a resposta dos adolescentes às variáveis avaliadas.
Palavras-chave: polimorfismo genético; ensaio clínico; obesidade; aptidão física.

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