Resumo: A formação de profissionais de saúde tem gerado debates no campo curricular e passou a ser objeto de reflexão e produção de novas políticas educacionais, a exemplo das Residências Multiprofissionais em Saúde (RMS). As RMS se constituem em uma modalidade de Pós-Graduação lato sensu, destinada às profissões da saúde. Neste artigo, focaliza-se uma RMS com o objetivo de discutir sua política curricular e possibilidade de contribuir para repensar os currículos dos cursos de graduação da saúde. Este trabalho embasa-se, principalmente, na teoria sociológica de Basil Bernstein. O estudo se deu a partir da análise documental de um projeto pedagógico de um Programa de RMS e dos documentos legais que o instituem. O desenvolvimento da análise propicia uma reflexão sobre a estrutura curricular predominante no âmbito dos cursos de graduação que, ainda hoje, se organiza em uma estrutura disciplinar, o que caracteriza, de acordo com a teoria bernsteiniana, uma classificação forte. As disciplinas são fragmentadas e as fronteiras entre elas se apresentam fortemente demarcadas, o que, sugere um currículo de coleção. O estudo desta modalidade, propõe desafios para as políticas curriculares de graduação na área da saúde, no sentido de que sejam criados dispositivos pedagógicos que propiciem uma organização curricular integrada, favorecendo um novo perfil profissional. Por fim, entende-se que a RMS pode proporcionar elementos para repensar os currículos dos cursos de graduação da área da saúde.