Saúde e nomadismo: sobre as práticas educativas das políticas públicas

Caroline Couto, Amanda Cappellari, Betina Hillesheim

Resumo


O presente trabalho tem por objetivo apresentar as discussões que vem sendo realizadas através da pesquisa A saúde e a lógica da inclusão: entre o território e os nômades, na qual investigamos as formas pelas quais se constroem as noções de território e inclusão no campo da saúde, a partir da experiência de uma parcela da população que se caracteriza pelas constantes mudanças de território. A partir da cartografia das práticas de saúde, a produção de dados foi realizada a partir de observações participantes em duas equipes de ESF no município de Santa Cruz do Sul – RS. As políticas públicas de saúde organizam-se sobre os pressupostos de territorialidade, inclusão e vinculação, propondo, nesse sentido, práticas educativas que buscam enquadrar e produzir formas de ser e de ver das equipes e usuários de saúde. Entendendo por nomadismo, nesta pesquisa, tanto o fenômeno migratório de determinados grupos, quanto o deslocamento tido como uma forma de vida; os resultados apontam que aqueles que rompem com a exigência de uma permanente vinculação ao território e aos serviços de saúde, são atrelados a uma ideia de risco e vulnerabilidade, na medida em que, transbordando as delimitações que tentam fixar a população, desarticulam as ações propostas pelas ESFs. Numa relação estanque entre territórios e pertencimento, os nômades ficam à margem, pois não correspondem a lógica inclusiva das políticas públicas.

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