Este trabalho tem como objetivo encontrar convergências nos pensamentos de Paulo
Freire e a Pedagogia da Alternância a fim de refletir a práxis do campo empírico de uma
Escola Família Agrícola. Contextualiza-se historicamente a Pedagogia da Alternância
no Brasil, tendo como cenário os anos 60, a opressão da ditatura militar e a presença de
inciativas educacionais informais populares (SILVA, 2010) que contribuem para a
acolhida da Pedagogia da Alternância em território brasileiro. Enfatiza-se a Pedagogia
da Alternância como possibilidade de Educação do Campo na perspectiva histórica do
movimento dos Centros Famílias de Formação por Alternância – CEFFAs, coadunando
com os conceitos construídos nos movimentos sociais do campo (CALDART, 2009)
compreendendo-o como espaço de vivências e relações específicas para ação educativa.
A metodologia de pesquisa baseia-se na pesquisa-ação (BARBIER, 2002) na
perspectiva da articulação teoria e prática. As conclusões apontam para a aproximação
dos pensamentos de Paulo Freire e Pedagogia da Alternância, inicialmente, pela
pertença aos movimentos de base que lutam por uma educação popular, contextualizada
e vinculada a uma prática social e, segundo, pela compreensão da relação pedagógica
centrada na horizontalidade de saberes e no diálogo. Um diálogo problematizador,
(FREIRE, 1987) que se apresenta como base do processo educativo de partilha das
experiências e saberes possibilitando o refletir e, dessa forma, o participar e o agir
criticamente.