As aulas de Educação Física escolar têm sido foco de investigações sobre as relações d e
gênero, especificamente, as construções culturais sobre o femi nino, masculino, bem
como sobre o homossexualismo no cotidiano escolar. Assim, este estudo, que integrou
uma dissertação de mestrado, revelou como quatro professoras de Educação F ísica (re)
produziram os estereótipos de gênero, visto que trabalhavam em uma escola que tinha
uma especificidade as aulas eram separadas e, através de uma determinação do governo
foram unificadas. Optou-se pela utilização de uma abordagem qualitativa, por tratar -se
de uma pesquisa no contexto escolar vislumbrando as relações políticas e sociais ali
estabelecidas. A técnica de procedimentos de coleta de dados utilizada foi a entrevista e
análise de documentos. A interpretação dos dados foi realizada através da análise de
conteúdo. Como resultado o estudo demonstrou que as professoras foram resistentes à
unificação das turmas masculinas e femininas nas aulas. Os motivos apontados foram:
imposição do governo do Estado, dificuldade em trabalhar com turmas mistas, bem
como, os ranços históricos embasados no determinismo biológico que repercutiram na s
aulas. Conclui-se que a ausência de debates e formação pedagógica sobre a questão de
gênero, tão necessária para a desconstrução de estereótipos, em especial na Educação
Física, repercutiram negativamente nas aulas e não foram considerados na elaboração
das políticas públicas educacionais no RS.