A escola é um espaço privilegiado para o entrelaçamento da educação e da saúde constituindo-se, ao mesmo tempo, como um local para a convivência social e para o estabelecimento de relações que permitam à promoção da saúde do escolar. O presente trabalho faz parte da pesquisa Os programas 'saúde na escola' e 'saúde e prevenção nas escolas': estratégia de governamento dos sujeitos escolares, que apresenta como objetivo a análise de algumas políticas públicas de saúde produzidas no âmbito escolar, utilizando como instrumentos de análise dois programas vinculados aos Ministérios da Educação e Saúde: o Programa Saúde na Escola (PSE) e o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). A análise utiliza ferramentas teórico-metodológicas foucaultianas, tais como: biopolítica, governamentalidade e produção de verdades. Parte-se do pressuposto de que as políticas públicas de saúde engendram e são engendradas por mecanismos de saber/poder que buscam um controle da população, caracterizando-se como formas de governamentalidade, mediante estratégias biopolíticas que visam ao investimento sobre a vida. Os materiais analisados indicam que os discursos presentes nos documentos que regulamentam a saúde na escola apresentam-se recorrentes e regulares, constituindo determinadas orientações e ações voltadas a atitudes saudáveis no espaço escolar e produzindo verdades sobre a saúde na escola, bem como formas de ver e pensar a saúde do escolar.