Neste trabalho, parte de uma pesquisa em andamento, proponho-me a apresentar o caminho percorrido na aproximação entre a educação Guarani e a educação escolarizada ocidental, onde os conflitos decorrentes desse encontro são identificados na prática docente indígena e não indígena na construção da escola diferenciada3. Na possibilidade de reconhecer uma etnociência, busco compreender os modos de construção dessa escola na relação entre pensamento seminal e ocidental no recorte da Etnomatemática. No mergulho emerge a espiritualidade e a ética presentes nessa aprendizagem. Percebe-se o quanto este pensamento seminal pode transitar com o pensamento lógico cartesiano ocidental, num paradigma próprio de pensar a partir da América. Nesse aspecto, trago o encontro e a mediação que acontece entre o trabalho de professores indígenas e não indígenas na Escola Karaí Tataendy Vera Claudio Acosta na Aldeia Guarani e na Escola Estadual de Vila Itaúba, ambas no Município de Estrela Velha, região central do Estado do Rio Grande do Sul. Como caminho metodológico escolhido está sendo o da etnografia com sua descrição densa do vivido no processo de implantação da escola diferenciada e a fenomenologia de Rodolfo Kusch.