Este texto visa discutir o programa saúde na escola - uma estratégia de política pública do
governo federal para a saúde dos escolares – a partir do pensamento de Michel Foucault, na
perspectiva de olhar tal programa, com um mecanismo da biopolítica que educa e controla a
população. A escolha teórico-metodológica para análise deste estudo é a partir da noção de
biopolítica. Essa estratégia de governo é direcionada à população escolar em situação de
vulnerabilidade social na tentativa de controlar os riscos, e difundir a responsabilidade sobre
si e os outros. Em especial, requer que esta esteja bem informada dos riscos que corre, bem
como das ações que deve empreender para minimizar os problemas de saúde. A escola pública
é convocada a participar cada vez mais no local em que se insere, um dos primeiros passos é
elencar as situações problemas desta comunidade, enfim é uma estratégia do Estado para
poder ter um mapeamento das condições de vida da sua população, isto é conhecer, vigiar,
para melhor controlar os que estão em situação de vulnerabilidade. Percebo uma escola cada
vez mais envolvida com os problemas sociais e atuante nas condições de vida desta
população. Concluo que os discursos desta política se constituem num controle e
gerenciamento do risco social, em prol do desenvolvimento econômico do país. Assim esta
política pública desloca o direito à saúde de todos para alguns, no momento que direciona este
direito àquela parte da população tida como vulnerável.