Cartografando subjetividades: uma vivência em educação permanente em saúde

Gisele Santin, Betina Hillesheim

Resumo


Este trabalho apresenta a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como um dispositivo de subjetivação dos trabalhadores da saúde. Esta Política é uma proposta do Ministério da Saúde para a reorientação da formação profissional em saúde, de acordo com os princípios do SUS. A pesquisa utilizou-se da cartografia para acompanhar o processo de produção de subjetividade no campo de pesquisa. A produção de dados se deu através da participação do Projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS/Brasil CIES 13). A questão central foi a análise dos modos de subjetivação dos trabalhadores da saúde, no constante tensionamento entre governamento e práticas de liberdade produzidas através de tal Política. Para isso, foram utilizados conceitos do chamado segundo e terceiro domínio de Michel Foucault, bem como de Gilles Deleuze. Buscou-se colocar em evidência as rupturas nas formas de poder sobre a vida, e entendê-lo como algo que produz e que permite a resistência, sendo que, desta relação, emergem outros modos de subjetivação. Deste modo, discute-se como é possível transpor a linha do poder, encontrando os pontos de resistência e de criação de novas estéticas da existência, mesmo sabendo que este é um movimento constante de fuga e captura. Compreende-se que este é o movimento da vida, no qual os sujeitos buscam uma nova ética e estética da educação e do trabalho em saúde, uma ética para com suas implicações, seus desejos, suas relações.

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