Neste trabalho, estamos interessados em discutir a constituição das identidades surdas em escolas de surdos e escolas comuns. O referencial teórico situa-se no campo dos Estudos Surdos, em sua interlocução com o pensamento de Michel Foucault e a ferramenta teórico-metodológica da governamentalidade. Para isso, problematizamos questões relacionadas às identidades surdas e à educação bilíngue. Como material de análise, são utilizados dois artigos de periódicos e três capítulos de livros, escolhidos por estarem articulados aos Estudos Surdos e abordarem questões sobre identidades surdas e o processo de escolarização de surdos. Com base nas análises, compreendemos que a escola de surdos visa à constituição de sujeitos surdos bilíngues e politizados. Já nas escolas comuns, objetiva-se a normalização do sujeito surdo por meio da sua aproximação com o modelo ouvinte, visando à constituição de um sujeito bilíngue que segue um padrão ético-estético e cultural. Assim, se a educação bilíngue não levar em consideração as múltiplas identidades surdas, poderá provocar outros processos de in/exclusão em espaços escolares. Nesse aspecto, é possível supor que se faz necessário uma escola que seja repensada por e com sujeitos surdos.