INTRODUÇÃO: A associação de vários fatores físicos, psíquicos e sociais, pode levar a uma gestação de alto risco, que representa perigo à saúde da mãe e do bebê, assim como possível perda materna e/ou fetal.  O risco gravídico deve levar em consideração, além do aspecto clínico, o comportamento e o contexto social da gestante. Faz-se necessário realizar um cuidado integral, multidisciplinar e preventivo ao longo do período gestacional. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, cuja vivência ocorreu durante o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde de um hospital de ensino do interior do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Este relato se baseia nas intervenções realizadas com gestantes de alto risco, e por meio das trocas com a equipe multiprofissional. RESULTADOS: Através dos atendimentos foi possível identificar algumas características necessárias ao profissional psicólogo na atuação com gestantes de alto risco. Observa-se a necessidade de que conheça as implicações das condições clínicas e obstétricas, estar atento à psicodinâmica própria da gravidez, favorecendo o vínculo mãe-bebê-família. Além disso, deve identificar, potencializar e desenvolver suportes na rede de apoio, facilitando a comunicação assertiva entre paciente e equipe de saúde. Percebe-se que na gestação de alto risco, aumentam as dificuldades de adaptação emocional associadas ao novo papel da maternidade, além disso, há o acréscimo de diversas outras emoções vinculadas às condições clínicas. Entende-se que, ao vivenciar uma gestação de alto risco, a mulher experiência sentimentos de insegurança e medo, em relação à sua saúde e do seu filho. DISCUSSÃO: Frente à gestação de alto risco, o psicólogo pode trabalhar com diversas questões, entre elas, sabe-se que é relevante, além do trabalho com os aspectos emocionais, proporcionar para a gestante um reconhecimento do espaço. Estes espaços são tanto o Centro Obstétrico como as Unidades de Terapia Intensiva Neopediátrica e de Cuidados Intermediários Neonatal, que são espaços de possível internação para o bebê. Busca-se, através de atendimentos individuais e familiares, um olhar ampliado para com a gestante e sua família, fornecendo orientações, escuta qualificada e apoio psicológico. Outro espaço oferecido às mulheres com gestação de alto risco, são os grupos que abordam esta temática, e que configuram-se enquanto espaços de escuta, expressão dos sentimentos, de falar sobre dúvidas e de fornecer informações importantes. Tais abordagens visam à melhor adaptação destas mulheres ao contexto hospitalar, bem como ao fornecimento de suporte frente à vivência da gestação de alto risco. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Quando se fala em atendimento a gestantes de alto risco, deve-se pensar o quanto é importante manter e fortalecer a subjetividade, buscando um empoderamento frente ao cuidado e assistência recebidos. O psicólogo precisa partir do pressuposto de que, mesmo com incontáveis mudanças fisiológicas nesse período, os aspectos emocionais também são influenciados, podendo inferir direta ou indiretamente durante esse processo. A gestação de alto risco acaba por alterar a rotina da mulher, muitas vezes impondo limites ao exercício de atividades da vida diária, contribuindo também para que surjam fragilidades emocionais. PALAVRAS-CHAVE: PSICOLOGIA. GESTAÇÃO DE ALTO RISCO. HOSPITALIZAÇÃO