A POSSIBILIDADE DE ATENÇÃO AO PACIENTE EM CUIDADO PALIATIVO A PARTIR DO SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR

Mirela Heinen Rediss, Raoni Paiva Pereira

Resumo


O Serviço de Atenção Domiciliar é a forma de atenção à saúde oferecida na moradia do paciente através de um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, garantindo a continuidade do cuidado, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo apresentar o Serviço de Internação Domiciliar do Hospital Universitário de Santa Maria (SidHUSM), e discutir a atenção ao paciente em cuidados paliativos nesse contexto. O serviço teve início no ano de 2005, funcionando através de uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social, fonoaudiólogo, farmacêutico e nutricionista. Além disso, compõe o serviço alunos da residência médica, residência multiprofissional e estagiários. No ano de 2018, até o mês de agosto, houveram 125 internações no serviço, número que já supera os 111 casos atendidos no período de setembro de 2011 (ano em que a Atenção Domiciliar foi instituída pela Portaria 2.029), até agosto de 2012. Essa modalidade de atenção tem por objetivo manter a continuidade do tratamento dentro do ambiente familiar; reduzir o tempo e/ou a necessidade da internação hospitalar de determinados casos; diminuir o risco de complicações como infecções hospitalares e o desgaste emocional da família e do paciente. Para ser elegível ao atendimento, o paciente deve ter passado por algum tipo de internação no hospital, e é fundamental o comprometimento de um familiar ou cuidador nessa rede de cuidados. A equipe busca repassar informações necessárias para que o paciente e sua família se tornem autônomos do serviço, além de orientar para busca de alguns direitos, como auxílio doença, aquisição de medicamentos gratuitos e transporte. As principais vantagens do serviço são a otimização dos leitos hospitalares, cuidado orientado, continuado e integral para quem já obteve alta hospitalar. A modalidade de tratamento é classificada em quatro modalidades, através da elaboração do plano terapêutico singular: 1) Prevenção: medidas educativas que visam evitar a instalação de complicações e/ou incapacidades esperadas, para pacientes com dificuldade de adesão; 2) Restauração: medidas de reabilitação que buscam o retorno do paciente ao nível funcional físico, psicológico e social prévio à situação de adoecimento.; 3) Suporte: medidas de adaptação que visam promover a autonomia do paciente e/ou minimizar alterações debilitantes de doenças instaladas; 4) Paliativo: Busca medidas de conforto para pacientes com diagnóstico de patologia avançada irreversível e aplicação de técnicas para garantir a morte humanizada. No que diz respeito a atenção ao paciente em cuidado paliativo, a abordagem se dá por meio de medidas de conforto no lar do paciente, e incentiva a autonomia do paciente e dos familiares nas decisões a respeito da conduta a ser tomada no caso. Pacientes nessa modalidade de tratamento, são acompanhados por profissionais da área da psicologia, que realizam visitas de acordo com a demanda percebida pelos demais membros da equipe e o desejo do paciente de receber a visita. Percebe-se que o auxílio psicológicos nesses casos, permite ao paciente a possibilidade de rever a sua própria história, analisar possíveis pendências e meios de resolvê-las, além de oportunizar a elaboração dos sentimentos frente a própria terminalidade. Palavras-chave: atenção domiciliar; cuidado paliativo.

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