A Execução de Serviços Públicos Municipais de Saúde por Entidades do Terceiro Setor: uma análise das (in)suficiências discursivas presente nos referidos vínculos

Ana Helena Scalco Corazza

Resumo


Dentre as consequências dos processos de (des)publicização estatal, no âmbito da Reforma do Aparelho Estatal na década de 90 no Brasil, revelou-se como opção da gestão pública municipal, para a prestação de serviços públicos não exclusivos, como a saúde, a realização de vínculos firmados entre os Executivos locais e as Organizações Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, por meio de contratos de gestão e termos de parceria, respectivamente. Objetiva a pesquisadora identificar esses instrumentos e analisá-los sob a ótica do contexto discursivo em que foram idealizados, tendo como amparo para tanto, algumas decisões exaradas nos processos de fiscalização que tramitam junto ao Tribunal de Contas da União e junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. Dado o tema, o questionamento que emerge é se tais instrumentos, por serem jurídicos (e pertencendo ao Direito, tornariam possível a integração social), são meios aptos a coordenar a ação dos atores envolvidos e a permitir a plena atuação do controle externo sobre tais “parcerias”, de forma que se possa considerá-las como uma opção benéfica à gestão municipal. A análise terá como matriz teórica a Teoria do Agir Comunicativo e da Teoria do Discurso de Jürgen Habermas e Klaus Günther.

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