TRANSMISSÃO FAMILIAR DE SARS-CoV-2: O CUIDADO DEVE CONTINUAR EM CASA

Resumo

A doença COVID-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, iniciada na cidade de Wuhan, na China, alastrou-se rapidamente pelo mundo provocando muitos óbitos. Esse estudo buscou identificar a prevalência de transmissão familiar de SARS-CoV-2 no município de Santa Cruz do Sul (RS). Trata-se de um recorte de um estudo transversal de base populacional que mensurou a soroprevalência de SARS-CoV-2 na região central do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O processo constitui-se de uma  amostragem sistemática dos setores censitários, seguido de sorteio aleatório simples dos domicílios em cada setor conforme tamanho de amostra estipulado. Em cada domicílio uma pessoa foi aleatoriamente sorteada e convidada a participar do estudo, realizando exame de teste de diagnóstico rápido para a detecção qualitativa de anticorpos IgG e IgM contra SARS-CoV-2. Havendo teste reator IgM, todos os moradores presentes no domicílio no momento da coleta foram testados. Um formulário on-line foi utilizado para a coleta de dados, com informações sobre características sociodemográficas e questões ligadas à saúde do entrevistado. Totalizou-se 1.158 pessoas entrevistadas, com média de idade de 49,5±19,0 anos, sendo 62,7% do sexo feminino e 80,4% residindo na zona urbana. Dentre os 33 casos identificados com testes rápidos reatores, 23 tinham familiares presentes no momento da coleta, totalizando 46 familiares testados. Os achados sugerem que a prevalência de transmissão familiar seja de 47,8%, demonstrando ser essencial conscientizar a população frente aos cuidados que devem ser tomados para evitar a transmissão do SARS-CoV-2, principalmente em meios compartilhados, como no ambiente familiar.