A orientação sexual como um tema transversal nas escolas foi recentemente regulamentado pelo Ministério da Educação através dos Parâmetros Curriculares Nacionais pela necessidade de abordagem dessa temática. A sexualidade deve ser considerada inerente à vida e à saúde, seu exercício responsável, englobando as relações de gênero e respeito entre as pessoas, diversidade de crenças, valores e expressão cultural. O projeto de extensão em sexualidade visa à troca de saberes entre os acadêmicos da graduação dos cursos de saúde com estudantes de escolas públicas, bem como auxílio na orientação sexual desses adolescentes, a partir da interação entre os mesmos em momentos lúdicos e por meio de metodologias ativas. Em maio de 2013, as acadêmicas bolsistas do projeto iniciaram os encontros periódicos com alunos da 8ª série de uma das escolas do município. Os encontros foram divididos por temática a ser abordada, em cada encontro, além de um conteúdo teórico utilizou-se de dinâmicas e metodologias ativas, visando ao envolvimento dos alunos. No primeiro encontro o objetivo principal era a pesquisa espontânea de duvidas, que deveriam ser progressivamente respondidas nos outros encontros, de acordo com o assuntos abordados nos mesmos. Nas próximas semanas foram abordados assuntos como anatomia e fisiologia dos órgãos sexuais, puberdade e desenvolvimento, gravidez e métodos anticoncepcionais, doenças sexualmente transmissíveis e AIDS, identidade sexual e gênero e finalizando com uma dinâmica de "mitos e verdades" com o objetivo de revisar alguns assuntos e fixar os já aprendidos. Ao longo dos encontros pode-se perceber que os assuntos melhor compreendidos foram os explanados através de dinâmicas, como por exemplo a realizada no encontro de "DST e Aids" no qual a dinâmica desenvolvida mostrou os sentimentos dos alunos ao se perceberem portadores do vírus, protegidos ou doentes infectados. As sensações provocadas nos alunos fizeram com que se despertasse a necessidade do uso da camisinha para a prevenção. A realização do projeto de educação sexual proporcionou a valorização das experiências, estímulo à expressão da criatividade que motivou a criação de atividades diferenciadas sobre sexualidade, a consciência sobre as dúvidas adolescentes e permitiu o aprendizado do trabalho com crianças e jovens. Ao realizar um trabalho de extensão deve-se esperar benefício a todos os envolvidos. O projeto de extensão em educação sexual possibilitou aos alunos várias oportunidades de ver, rever, discutir e tornar a discutir temas, pois educar sexualmente é um processo formativo e sistemático. E, às acadêmicas, possibilitou passar por reflexão pessoal sobre o tema e também por revisão dos próprios valores, dos próprios sentimentos, dos possíveis tabus e preconceitos existentes a esse respeito.