ANÁLISE DA ESTRUTURA DO PORTO FLUVIAL DE ESTRELA

ANELISE SCHMITZ, ALINE HUBER

Resumo


O Porto Fluvial de Estrela está localizado à margem esquerda do rio Taquari, na cidade de Estrela, região do Vale do Taquari, e distante, por hidrovia, a 142 km de Porto Alegre e 450 km do Porto de Rio Grande, sendo parte integrante do Entrocamento Rodo-Ferro-Hidroviário de Estrela. Inicialmente a previsão era de que a movimentação dos grãos através do silo vertical seria maior que a do armazém graneleiro, o que não se confirmou durante as operações, gerando problemas de armazenagem. Foi necessária então a construção de um armazém que foi anexado às instalações do Porto em 1981. Os anos de 1980 representaram o auge do Porto. Nos anos de 1990, a globalização da agricultura e as mudanças na administração do Porto fizeram com que as movimentações diminuíssem significativamente. Com o objetivo de aumentar as movimentações no ano 2000, a administração do Porto buscou recursos e inaugurou um Terminal de Contêineres, porém a utilização não superou as expectativas de circulação. No ano de 2012, apenas três embarcações atracaram no Porto Fluvial de Estrela, conforme dados fornecidos pela Administração Portuária. Desta forma, o objetivo do presente estudo é avaliar a estrutura atual do porto. A metodologia utilizada para obtenção dos dados relativos a esta pesquisa foi composta de diversas etapas. A primeira foi a participação na reunião dos estudos de Viabilidade Técnica, Ambiental e Econômica da Hidrovia do Mercosul, em Lajeado. Realizaram-se também visitas técnicas ao Porto, com o objetivo de avaliar a estrutura e funcionamento do mesmo. Aplicaram-se questionários destinados a armadores, administradores, autoridades e usuários dos serviços oferecidos pelo Porto. Os principais resultados obtidos apontaram problemas na hidrovia como uma das causas da diminuição das movimentações. Os serviços de dragagem são raros e não permitem condições de navegabilidade o ano todo, impondo restrições ao calado das embarcações, ao risco de encalhamento, o que diminui as vantagens da utilização do modal. Outro ponto importante a destacar é a pouca diferença nos valores de frete praticados pelo modal hidroviário e rodoviário, em relação ao Porto de Rio Grande. Quando os caminhões conduzem cargas ao Porto de Estrela não possuem nenhuma mercadoria que possa ser levada de volta à origem. Por isso, a maioria das empresas prefere levar a carga por rodovias diretamente ao Porto de Rio Grande, em contrapartida ao de Estrela, de onde seguiria via hidrovia. Enfatiza-se a necessidade de aumentar a tecnologia envolvida nos terminais e no processo de carga e descarga, creditar confiabilidade aos empresários na utilização do modal para conseguir conservar uma rota fixa entre o Porto Fluvial de Estrela e o Porto de Rio Grande, assim como fornecer incentivos para que os donos de cargas utilizem o modal hidroviário em detrimento dos demais. Tornar regular o funcionamento da ferrovia que conecta o entroncamento de Estrela com pólos importantes, e aumentar os incentivos para a compra de embarcações também são fatores que alavancariam a movimentação. Com os dados obtidos conclui-se que a grande força capaz de equilibrar a matriz de transportes brasileira e movimentar o Porto de Fluvial de Estrela são os investimentos públicos, a reestruturação das instalações e tecnologias, os incentivos e o planejamento estratégico. Todos os acréscimos e diminuições da movimentação do Porto estiveram diretamente ligados às políticas adotadas tanto para a área de transporte como para a agricultura


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