AVALIAÇÃO DA ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH EM ESTUDANTES DE MEDICINA

Leonardo Silveira Nascimento, Crisley Piva, Ana Carolina Rodriguez Milan, Jéssica Danieli Brondani Machado, Thainã Fallavena da Silva, Maria Júlia Prestes Garcia, Vera Lucia Bodini

Resumo


Estudantes de Medicina fazem parte de um grupo vulnerável aos transtornos do sono, devido à intensa carga horária curricular, às atividades extracurriculares, à exigência de alto rendimento e ao tempo dedicado aos estudos. Esses estudantes geralmente têm um padrão de sono irregular, caracterizado por sonos de curta duração e dificuldade em adormecer no período noturno. A sonolência diurna excessiva pode levar a distúrbios de sono graves, afetando o desempenho das áreas cognitivas do indivíduo e acarretando prejuízos sobre a atenção, concentração e memória. O estudo se propôs a avaliar o grau de sonolência dos estudantes da graduação do curso de medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul - RS, de forma transversal, quantitativo, retrospectivo, tendo sido realizado no período de maio a junho de 2016. A amostra foi composta por 69 estudantes de medicina, escolhidos de forma aleatória entre os 106 alunos do segundo ao quarto semestres da graduação, que firmaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Do total de alunos escolhidos, 18 eram do primeiro ano de graduação e 51 do segundo ano. A coleta de dados foi realizada através da aplicação da Escala de Sonolência de Epworth (ESE), sendo tabulados e analisados posteriormente no programa Microsoft Excel. A ESE avalia a sonolência diurna excessiva, ficando comprovada quando se obtém uma pontuação igual ou acima de 10, devendo ser investigada. Essa escala, que varia de 0 a 24 verifica a chance de o indivíduo adormecer em várias situações diárias. Há quatro possíveis pontuações para cada situação: nenhuma chance de cochilar (0); pequena chance de cochilar (1); moderada chance de cochilar (2), alta chance de cochilar (3). A pontuação máxima observada foi de 21 pontos e a mínima de 2. A média de pontuação foi de 11,86. A análise dos dados revelou que 51 alunos apresentaram um grau de sonolência excessiva. A idade dos alunos variou de 37 a 17 anos, obtendo-se uma média de 21 anos e 6 meses. Dos 69 alunos avaliados, 50 foram do sexo feminino (72,5%) e 19 do sexo masculino (27,5%). Observou-se que a atividade que obteve mais pontuação foi ao deitar-se à tarde para descansar, e a situação de estar sentado conversando com alguém foi a de menor pontuação. Ao avaliar o grau de sonolência dos estudantes de medicina em diferentes semestres, conclui-se que esse grupo dorme, em média, uma quantidade insuficiente, e, portanto, apresenta grau de sonolência elevado (73,9% dos alunos). Dessa forma, recomenda-se um planejamento dos horários de suas responsabilidades, de forma a seguir certa regularidade, a fim de preservar as horas de sono mínimas necessárias para um indivíduo saudável.

Palavras-chave: Transtornos do Sono; Estudantes; Sonolência Diurna.


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