ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS DOS MUNÍCIPIOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL.

Juliane de Souza e Silva, Sabrina Severgnini, Luciano Lepper

Resumo


A obesidade em crianças tem aumentado a um ritmo alarmante no mundo e, para agravar ainda mais, é constatada em idade cada vez mais precoce. O excesso de peso na infância constitui um fator de risco para o desenvolvimento da obesidade na idade adulta e do desenvolvimento de doenças crônicas, além de acarretar isolamento do convívio social e discriminação, causando grande impacto na qualidade de vida. Este trabalho tem como objetivo avaliar o estado nutricional de crianças menores de 5 anos dos municípios da região Sul do Brasil. Trata-se de estudo transversal de análise de dados secundários, oriundos da base de dados SISVAN usando como critérios peso x idade, gênero e raça em crianças de zero a cinco anos dos municípios da Região Sul do Brasil no ano de 2015. Houve um total de 454.027 casos de acompanhamentos nutricionais com idades compreendidas entre 0 a 5 anos. Desses, 4.117 foram identificados com peso muito baixo para a idade, 8.473 casos avaliados com baixo peso, 400.500 casos estão com peso ideal e 40.937 acima do peso recomendado pela OMS. Pode-se verificar que 9.02% estão com peso elevado para a idade. Quanto à distribuição por gênero, 231.323 são do sexo feminino e 222.704 do sexo masculino, o que caracteriza um ligeiro predomínio do sexo masculino 9,43%. E no que diz respeito à raça, a negra apresenta maior grau de obesidade 9,9%. Não foram avaliados critérios de hábitos alimentares, fatores genéticos e nível socioeconômico e emocional, contudo são contribuintes para o crescimento da obesidade. Estimativas da prevalência de desnutrição infantil mostraram que a maioria dos municípios estudados apresentou risco de desnutrição sob controle, muito baixo ou baixo. Crianças que vivem em municípios com cobertura da ESF apresentaram redução da probabilidade de desnutrição infantil. Por meio deste estudo, confirma-se a detenção mais precoce de obesidade, o que levanta preocupações quanto à saúde da população, pois os números indicam um aumento da doença no futuro e as repercussões desta patologia tendem a ocorrer cada vez mais precocemente. As diferenças de prevalência estudadas entre os critérios devem ser tidas em consideração, quando da interpretação de estatísticos referentes à prevalência de sobrepeso e obesidade em idade pediátrica, pois os resultados encontrados serão díspares, podendo incorrer-se em erros quando da comparação de diferentes estudos epidemiológicos. Torna-se urgente a implementação de programas de prevenção e monitorização da obesidade infantil, para evitar o número crescentes de crianças em risco.

Palavras-chave: monitoramento, nutrição infantil, sobrepeso, epidemiologia.



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