SUCESSÃO FAMILIAR: A EXPERIÊNCIA DA MICROEMPRESA METALÚRGICA KONZEN

Kelly Konzen, Ligia Margarete Mallmann

Resumo


As empresas familiares vêm solidificando uma parcela significativa entre as organizações, mostrando suas competências, tradição e eficácia quanto aos seus desempenhos. Em contrapartida, a continuidade é um dos principais obstáculos que desafiam a sobrevivência destas organizações, sendo a sucessão do comando do negócio causa de mortalidade da maioria delas. Posto isto, constatou-se a oportunidade de estudo em uma empresa desta linha, ao qual contraria a dificuldade mencionada. Deste modo, este estudo teve como objetivo a análise da terceira sucessão familiar da microempresa Metalúrgica Konzen que está a quase cem anos no mercado do ramo de máquinas agrícolas no município de Venâncio Aires/RS, como indústria e prestadora de serviços. Para isto, como principal método de pesquisa foi utilizado o estudo de caso, completado pela pesquisa exploratória e descritiva, obtendo-se os dados através de entrevistas e observações. Com o desenvolvimento desta análise, obteve-se os seguintes resultados: esta empresa se caracteriza como familiar, pois como abordado pelo autores Donnelley, citado por Bernhoeft (1989), apud Macedo (2009), ela possui vínculo com uma família e interesses da mesma, e seu comando vem passando por gerações. Também ela se classificada como tradicional, segundo Lethbridge (1997), citado por Petry e Nascimento (2009), devido a seu capital fechado, a não transparência e o controle ser somente da família. Quanto à sucessão, identificou-se que a empresa não teve um planejamento formal, mas conteve planos para que atualmente esta acontecesse. A organização em estudo está sendo passada para a quarta geração, de pai para filha. O principal resultado obtido, foi o estudo dos estágios de sucessão. O estágio pré-empresarial ou estágio I foi marcado pela vivência da sucessora com a rotina da empresa desde sua infância. O estágio introdutório ou estágio II também se caracteriza pela vivência na adolescência, no qual a sucessora teve experiências vividas antes de ter idade para trabalhar no negócio. No estágio funcional introdutório ou estágio III foi quando a sucessora iniciou seu vínculo com a empresa, sendo este no ano de 2012, quando o proprietário e seu pai firmou contrato de trabalho com a mesma, assinando sua carteira de trabalho como auxiliar administrativa em meio turno, como também o início do curso superior em Administração. Estágio funcional ou estágio IV é marcado pela participação efetiva da sucessora na empresa, assim em agosto de 2015, ela passou a trabalhar em turno integral, participando das tarefas e atividades diárias da empresa. Pode-se verificar que a empresa encontra-se no estágio quatro, dos setes estágios apresentados pelos autores Longenecker et al. (2007). Os próximos estágios estão relacionados com a autonomia da sucessora para as decisões gerenciais, bem como sua oficialização de gerência e por fim a conclusão da sucessão, no qual de fato ela será líder. Prevê-se que a sucessão completa deverá acontecer entre 3 a 5 anos. A partir de observações, é notável que a legatária tenha muito a agregar a empresa, proporcionando inovações e métodos eficientes para melhores resultados. Conclui-se que a empresa estudada é uma organização forte no mercado, com base firme, mas possui potencial para almejar e alcançar resultados melhores e maiores com planejamento. A sucessão mantém boas ideias e proporcionará a empresa uma complementação necessária, porém, sempre com atenção às decisões para não agir equivocadamente.


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