CONSULTAS DE ENFERMAGEM COM TRABALHADORAS DA HIGIENIZAÇÃO DE UM HOSPITAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Amanda Stoll Andraschko, Eduarda Gabriela Roos Schultz, Priscila Haas, Rita Lidiane Ereno Rosa, Natalia Betina Bublitz, Fabricio de Moura Tolvi, Bruna Rezende Martins, Mariele Luiza Petry, Luciane Maria Schmidt Alves

Resumo


O campo da saúde do trabalhador possui como foco as relações entre trabalho e o processo saúde/doença. A área em questão possui uma abordagem multidisciplinar e multiprofissional, tendo a enfermagem importante papel em promover o cuidado, a saúde integral, oferecendo orientações sobre a prevenção de possíveis agravos relacionados ao trabalho. Para que o profissional de enfermagem possa prestar assistência adequada ao trabalhador, é importante que o mesmo conheça o ambiente e as condições de trabalho do indivíduo e que realize consultas de enfermagem. O atendimento individual possibilita a realização de uma anamnese completa, de um exame físico e levantamento das questões atuais e pregressas relacionadas ao trabalho, seja na sua residência ou no trabalho formal e informal. Objetiva-se, então, refletir sobre as questões relacionadas à saúde do trabalhador levantadas a partir de entrevistas com funcionárias de um hospital de médio porte. Este trabalho consiste em um relato de experiência de cunho descritivo e reflexivo realizado na disciplina prática de Saúde do Trabalhador por oito graduandos do Curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul, a partir de um formulário pré-estruturado para a realização de consultas de enfermagem e que foi aplicado durante entrevistas individuais com cinco funcionárias da higienização de um hospital de médio porte do Vale do Rio Pardo. Para a realização das atividades, os graduandos dividiram-se em duplas e, a partir dos itens estabelecidos nos formulários, iniciavam-se as consultas de enfermagem, avaliando questões relacionadas à saúde atual das funcionárias, atividades laborais pregressas, conhecimentos sobre os riscos aos quais elas estão expostas e informações referentes aos seus hábitos de vida. Todas as trabalhadoras referiram algum tipo de algia, principalmente, nos membros superiores, podendo estas estarem associadas às suas atividades. Percebeu-se que nem todas as trabalhadoras atendidas reconheciam os riscos aos quais estavam expostas, destacando que seus conhecimentos se limitavam aos riscos biológicos. Notou-se dúvidas referentes à saúde da mulher, com ênfase no uso de métodos anticonceptivos e registrou-se que as atividades pregressas já estavam ligadas à área da higienização. Os acadêmicos orientaram às trabalhadoras quanto a importância de adotarem posturas ergonomicamente adequadas, a fim de minimizar suas algias; sobre a importância de realizarem atividades físicas e também de lazer, já que foi observado que quase não eram realizadas ações nesse âmbito. Evidenciou-se a importância de utilizar a teoria de Orem para conduzir as orientações de enfermagem e futuros planejamentos ligados ao autocuidado. Foi a partir dos dados coletados que se pôde comparar informações, reconhecer possíveis agravos e, ainda, orientar as trabalhadoras sobre maneiras de melhorar o modo como exercem suas atividades, a fim de que estas não lhe causem danos. Ainda, foi possível instruí-las sobre hábitos de vida mais saudáveis e que possam vir a auxiliá-las a ter uma melhor qualidade de vida. As consultas viabilizaram, por fim, o crescimento acadêmico e, também, o encaminhamento dessas informações para a enfermeira do Serviço Especializado em Medicina do Trabalho, a fim de que se possa realizar ações de promoção e prevenção da saúde, características fundamentais do campo de saúde do trabalhador.

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