PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE ÓBITO ENTRE OS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM VÍRUS DA HEPATITE C - SANTA CRUZ DO SUL, 2002-2015

Elisangela Luzia dos Santos, Elsi Terezinha Haas, Jane Dagmar Pollo Renner, Vanda Hermes, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


A hepatite C (HCV) é um processo inflamatório crônico nas células hepáticas, que, em resposta a lesões causadas pelo vírus HCV (da família Flaviviridae e do gênero Hepacivirus), pode levar o indivíduo infectado a um quadro grave de falência hepática como a cirrose e/ou até evoluir para um hepatocarcinoma. A infecção por HCV se caracteriza por ser uma doença silenciosa e progressiva, por isso é a hepatite viral que causa o maior número de mortes no Brasil. No período de 2000 à 2015, foram registrados 61.297 óbitos associados às hepatites virais, e desses 75,6% foram por HCV. A principal via de transmissão é a via parenteral, ou seja, o contato direto com sangue contaminado, através de relação sexual sem prevenção. E, além disso, também pode ocorrer a transmissão materno-infantil, de uma mãe infectada para o seu bebê. Diante disto, o objetivo desse trabalho foi analisar o desfecho do tratamento de pacientes no município de Santa Cruz do Sul/RS que foram acometidos pelo vírus HCV, bem como os que foram à óbito em decorrência da própria doença e/ou por co-infecções. Para tanto, foi realizado um estudo de corte retrospectivo, incluindo pacientes diagnosticados com hepatite C e notificados na área urbana do município de Santa Cruz do Sul/RS, no período de 2002 à 2015. A coleta secundária de dados foi realizada de março de 2016 à agosto de 2017, no ambulatório municipal de hepatite da região de estudo. Foram utilizados como fontes das informações os registros do Sistema de Informações sobre Doenças Notificáveis (SINAN) do Ministério da Saúde, o Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), Fly Saúde-Betha sistemas(Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul) e do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). As variáveis analisadas foram as seguintes: sexo, nível de escolaridade, etnia e co-infecção por HIV. Foi realizada uma análise descritiva dos dados, que inclui a distribuição de frequência de variáveis analisadas. Um total de 200 pacientes foram incluídos, destes 9,5% foram identificados como óbitos,dentre os óbitos, 42,1% tiveram o HCV como causa básica do óbito, 15,8% tiveram como causa básica o HIV e  42,1% tiveram  outras causas. Entre os casos de óbito,  63,2% ocorreram entre homens, 57,9% apresentavam um nível escolaridade de até 7 anos, 89,5% eram brancos e 21,1% tinham co-infecção HCV/HIV. Portanto, dessa forma, fica evidente a necessidade de diagnóstico precoce e  acompanhamento adequado da evolução da doença como forma de evitar  óbitos por uma doença que tem cura.


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