TRANSPLANTE CARDÍACO: ESTUDO DE CASO MULTIPROFISSIONAL

Tainara Barbosa de Oliveira, Danielly Steffen Pereira, Gabriela Santos Florisbal, Samara de Oliveira Matoso, Sandra Mari Barbiero, Maria Antonieta Pereira de Moraes

Resumo


O transplante cardíaco é uma opção terapêutica, que melhora a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) refratária. O procedimento consiste na substituição do coração doente por um coração saudável, vindo de um indivíduo que tenha o diagnóstico de morte encefálica confirmado e que o órgão seja compatível com o receptor. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos - ABTO, em 2017 foram realizados 23 transplantes cardíacos no Rio Grande do Sul - RS, sendo 9 deles no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – IC/FUC-RS. A insuficiência cardíaca (IC) refratária é definida pelas diretrizes latino americanas como a situação clínica na qual pacientes com diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca (IC) se apresentam com quadro de baixo débito e/ou congestão sistêmica e/ou limitação funcional persistente, refratário ao melhor tratamento possível. O presente resumo relata um estudo de caso, de um paciente submetido ao transplante cardíaco, realizado durante a Residência Multiprofissional em Cardiologia do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul – IC/FUC-RS, instituição referência em transplante cardíaco no Brasil. O trabalho foi realizado por residentes do primeiro e do segundo ano das áreas de enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia e teve como objetivos conhecer o processo que o paciente enfrenta desde a sua inserção na lista de espera do transplante cardíaco até a sua recuperação pós-transplante cardíaco, visto de maneira multiprofissional; conhecer os problemas enfrentados durante as internações; abordar os principais cuidados com o paciente transplantado e relatar suas percepções sobre o procedimento cirúrgico e sua recuperação. O estudo foi realizado através dos atendimentos prestados ao paciente e pela análise do prontuário do mesmo. O paciente em estudo tinha 57 anos, apresentava miocardiopatia dilatada não isquêmica, que evoluiu para insuficiência cardíaca classe IV e estágio D com fração de ejeção de 12%, possuía histórico de cardiopatia na família e aguardava o transplante cardíaco em casa quando foi chamado para o procedimento. Passou pela avaliação multiprofissional e manteve esse acompanhamento ao longo de sua recuperação após o transplante cardíaco. Foi possível identificar diversos fatores e acompanhar situações que ocorreram durante a internação e reinternação do paciente, como a aquisição de infecções, a perda de peso, de massa muscular e força, o desenvolvimento de sarcopenia, a dificuldade do paciente em aceitar a doença e a difícil recuperação, comportamentos que atuaram de forma negativa implicando em reinternação longa e desgastante, tanto para o paciente quanto para a família/cuidadores. O transplante cardíaco é considerado uma cirurgia de grande porte e de alta complexidade, podendo apresentar, além de complicações inerentes a qualquer tipo de cirurgia, outras intercorrências de naturezas biológica, psicológica, social, espiritual e ético-legais, sendo assim, faz-se necessário a assistência de uma equipe multiprofissional com capacitação específica.



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