PROJETO ARQUITETURA E SAÚDE: AÇÕES NA ASPEDE

Bianca Luisa Morais, Israel Matheus Paulus da Silva, Rosane Jochims Backes, Patrícia Oliveira Roveda

Resumo


Há 10 anos o projeto de extensão “Arquitetura e Saúde” da Universidade de Santa Cruz do Sul, direciona suas ações interdisciplinares a diferentes públicos, pessoas com deficiência - PcD, em especial a física e pessoas em situação de vulnerabilidade social, geralmente participantes de entidades sociais sem fins lucrativos (crianças, jovens, adultos ou idosos). O principal objetivo do projeto é promover melhorias na qualidade de vida incentivando a autonomia e a reinserção social, sendo assim se insere nos vários espaços onde estão inseridas no cotidiano. Um destes espaços é a Associação Santacruzense de Pessoas Portadoras de Deficiência Física – ASPEDE, em especial o time de basquetebol em cadeira de rodas. A prática de atividade física adaptada estimula física e psicologicamente as PcD. Este estudo objetiva apresentar o crescimento dos atletas da ASPEDE enquanto equipe competitiva de basquetebol em cadeira de rodas, junto ao trabalho da equipe do projeto. Semanalmente a equipe da fisioterapia participa dos treinos da ASPEDE, os quais ocorrem segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras das 19h às 21h no Ginásio Municipal Poliesportivo. Dentre as atividades realizadas estão: avaliação fisioterapêutica individual dos atletas, prática de exercícios pré e pós-treino (aquecimentos, alongamentos, fortalecimentos e relaxamento) prevenindo lesões musculoesqueléticas; auxílio a equipe em campeonatos intermunicipais; organização da Copa Aspede. O time é composto por 12 atletas do sexo masculino, com idade entre 12 e 40 anos e diferentes diagnósticos clínicos, como traumatismo raquimedular, amputação de membro inferior uni e bilateral e mielomeningocele. Nos últimos dois anos, os atletas vêm, de fato, constituindo-se como um grupo com objetivos comuns e assumindo a responsabilidade pela coletividade, aspecto importante para o crescimento de um time esportivo representante de uma entidade filantrópica como a ASPEDE. No estado existem seis times de basquetebol em cadeira de rodas que participam do Campeonato Gaúcho, Novo Hamburgo, Erechim, Caxias do Sul, Canoas, Carazinho e Santa Cruz do Sul. Em 2017, a ASPEDE, na classificação geral, conquistou o 2º lugar e, em 2018, na primeira etapa (junho) conquistou o 1º lugar e na segunda (julho) 3º lugar. Esses resultados positivos têm empoderado a equipe, assim como motivado os integrantes do projeto na continuidade das atividades e na criação de outras. A equipe do projeto de extensão sente-se grata e feliz em poder aprender, acompanhar e auxiliar na evolução da equipe de atletas em suas conquistas pessoais e esportivas. Existem dificuldades como a falta de prioridade para utilização do espaço físico público para treino, as interpéries do tempo, a falta de treinador profissional fixo e falta de acessibilidade arquitetônica. As experiências vividas possibilitam diferentes olhares na formação acadêmica dos bolsistas a respeito de cada profissão, e especialmente sobre cada pessoa, sendo esta com deficiência ou não. Concluímos que projetos de extensão extra muro institucional têm um grande papel e importância na formação acadêmica e profissional, em especial, este por ser de fato interdisciplinar unindo áreas distintas, fisioterapia e arquitetura e urbanismo.



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