Posteriores ao movimento da reforma psiquiátrica surgiram às oficinas terapêuticas com o intuito de possibilitar aos sujeitos maior expressão subjetiva, reintegração social, produção de autonomia e de cidadania. Essas práticas promovem momentos dinâmicos e de produção de saúde, assim como compõem um dos dispositivos da Politica Nacional de Saúde Mental que visa efetivar um cuidado integral fomentado pelos preceitos da reforma psiquiátrica. De acordo com a Lei nº 10.216/2001, as oficinas terapêuticas são uma das principais formas de tratamento oferecidas nos serviços de saúde mental, serviços hoje indispensáveis nesse cuidado. A participação em oficinas terapêuticas promove uma reabilitação psicossocial mais efetiva aos usuários, no sentido de tornar possíveis momentos de reflexão. Objetiva-se nesse estudo discutir sobre as oficinas terapêuticas que são ofertadas no serviço de atenção especializada CAPS AD-III, segundo o entendimento dos profissionais e usuários sobre a temática a partir de momentos de escuta, para assim identificar o que eles entendem e como percebem as oficinas terapêuticas, e buscar junto à equipe novas propostas ou reformulação das oficinas já existentes no serviço. O presente estudo tem uma abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. Para realização do trabalho serão acompanhadas as oficinas terapêuticas que acontecem no serviço CAPS AD III de Santa Cruz do Sul, são elas: oficina de velas, de culinária e atividade física. A partir da participação nas oficinas, serão feitos registros em diário de campo, o que poderá contribuir para discussões em equipe e, posteriormente, para a formulação do trabalho. Nas oficinas será observada a dinâmica das atividades, as relações entre profissionais e usuários, o número de participantes e a frequência dos mesmos, o funcionamento das oficinas e de que maneira se dão as trocas nestes espaços para contribuir no desenvolvimento do trabalho serão utilizadas algumas perguntas norteadoras. Essa discussão possibilita uma aproximação entre as propostas do CAPS, pois as Oficinas Terapêuticas são uma das principais formas de tratamento dentro deste serviço, e para isso torna-se importante repensá-las. Ainda se reduzem as práticas de Oficinas Terapêuticas como apenas ocupação do tempo, ademais, as oficinas são importantes para pensar novos mundos. Nesta direção, a problematização destas atividades deve ser constantemente feita, para que não acabem caindo em uma rotina sem um sentido para o serviço e para os usuários.