O CONFLITO FAMILIAR NO PROCESSO DE ADOECIMENTO: UM ESTUDO DE CASO

Natalia Sulzbach, DULCE GRASEL ZACHARIAS

Resumo


Este trabalho foi desenvolvido ao longo do Estágio Integrado em Psicologia III e IV. A prática deste estágio abarca atendimentos psicológicos a pacientes oncológico e seus familiares em um hospital da região. O objetivo, aqui, é demonstrar o impacto familiar causado pelo adoecimento de um dos membros da família, bem como a repercussão deste impacto sobre a forma de conflitos familiares. Sabe-se que a família assume um papel imprescindível no desenvolvimento psicossocial de seus membros, de maneira que ela forma uma unidade, ao mesmo tempo em que cada indivíduo que pertencente a ela constitui-se de maneira singular, carregando consigo características e subjetividades peculiares. Ao longo do processo vivencial a unidade familiar modifica-se de acordo com as adversidades existentes nas trajetórias de seus membros. Dentre essas vivências, o adoecimento representa um acontecimento de grandes efeitos no funcionamento familiar. A descoberta de um diagnóstico como o câncer é imediatamente associada á impossibilidade de cura, e, assim, de aproximação com a finitude da vida. O processo de adoecimento e tratamento, além de provocar debilitações físicas no indivíduo adoecido, vem acompanhado de dúvidas quanto à doença, incertezas quanto ao prognóstico e uma reestruturação da dinâmica familiar e dos papéis que cada membro desempenha dentro dela. Este trabalho se constitui como um estudo de caso, desenvolvido através de atendimentos psicológicos realizados durante o período de estágio. O caso é formado por uma paciente oncológica do sexo feminino diagnosticada com câncer de colo de útero metastático, separada e mãe de duas filhas adultas. Ao longo do período de internação em um hospital da região foi possível acompanhar a paciente, suas duas filhas e um neto. Até o momento foram realizados 8 atendimentos individuais, considerando estes membros da família. A análise do caso se constrói sob o entendimento da Teoria Sistêmica, abordagem que preconiza o sujeito como pertencente a uma rede de sistemas, dentre os quais a família é a matriz. Assim, esta teoria se debruça sobre as relações interpessoais, buscando, através da intervenção psicológica, reorganizar o padrão dos relacionamentos familiares, conforme suas necessidades e problemáticas. No caso em questão neste estudo, percebe-se que com o advento do adoecimento da paciente, mãe, emergem inúmeros conflitos entre as duas filhas. Com efeito, entende-se que o adoecimento de um membro da família pode desestabilizar o funcionamento familiar de tal forma a possibilitar a emergência de questões que até então se mantinham reservadas. Assim, destaca-se a importância do acompanhamento psicológico para que a família possa organizar-se frente ao adoecimento somado aos conflitos e problemáticas individuais e relacionais. Diante disso, as conclusões deste estudo ainda são parciais.


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