INCIDÊNCIA DAS TENTATIVAS DE SUICÍDIO POR SOBREDOS E INTENCIONAL DE MEDICAMENTOS

Betina Brixner, Cristiane Carla Dressler Garske, Alice Pereira Freitas, Vanessa Monigueli Giehl, Caroline Lau Koch, Marla Pedroso Marth, Ana Paula Helfer Schneider

Resumo


Introdução: O suicídio constitui uma importante questão de saúde pública mundial, sendo conceituado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um ato intencional de um indivíduo para extinguir sua própria vida. Objetivo: Avaliar os casos de tentativa de suicídio causadas pela ingesta de sobredose intencional de medicamentos em unidade de Pronto Atendimento em hospital de ensino no interior do Rio Grande do Sul – RS. Método: Estudo descritivo, no qual foram analisadas as avaliações psiquiátricas realizadas no primeiro quadrimestre do ano de 2015 no Pronto Atendimento. Excluíram-se os casos que não se caracterizam como tentativa de suicídio e outras formas de tentativas que não foram por ingesta de medicamento. A coleta de dados foi realizada através da análise de prontuários eletrônicos (Sistema MV 2000®), classificando as tentativas de suicídio quanto ao sexo, idade do paciente, zona de moradia, medicamentos, classes medicamentosas e associações utilizadas. Resultados: Durante o período de coleta foram registradas 25 tentativas de suicídio por medicamento, dos quais se destacam os medicamentos de controle especial. Referente ao sexo, 19 (76%) tentativas de suicídio eram do feminino e 6 (24%) do masculino. A média de idade encontrada foi de 34,1anos, cuja menor e maior idade foram, respectivamente, 16 e 56 anos. Quanto a zona de moradia, 20 (80%) dos pacientes residem em zona urbana. A principal classe medicamentosa relacionada às tentativas de suicídio foi a de ansiolíticos (33,3%), destacando o uso de clonazepam (76,9%) nas tentativas, seguida de antidepressivos (23,1%), antipsicóticos (14,4%), anticonvulsivantes (12,8%), anti-inflamatórios não esteroidais (5,0%), psicoestimulantes (2,6%), diuréticos (2,6%), anti-hipertensivos (2,6%) e 2,6% não constava quais foram os medicamentos ingeridos. Destes pacientes, 15 (60%) não fizeram associação medicamentosa na tentativa de suicídio; 5 (20%) associaram 2 medicamentos; 3 (12%) associaram 3 medicamentos; 1 (4%) associou 4 medicamentos e 1 (4%) paciente não constava. Dos 25 pacientes, 3 (12%) associaram álcool na tentativa, sendo ainda que 1 (4%) destes, também utilizou objeto cortante. Considerações Finais: A forma de escolha da tentativa de suicídio sofre influência de fatores culturais, sociais, históricos e também ocorre de singularidades de cada sujeito, como seu estado psíquico e emocional. Os resultados encontrados mostram a importância de uma ativa educação permanente em saúde, no que tange às campanhas de sensibilização sobre otema, envolvendo efetivamente os diferentes serviços de atenção primária, secundária e terciária de saúde. Ressalta-se, ainda, a importância de desenvolver campanhas para a conscientização do uso racional de medicamentos e também, programas capazes de prestar assistência em casos identificados de risco para o ato suicida.

Palavras-chave: Tentativa de Suicídio; Emergência; Uso de Medicamentos; Farmacoepidemiologia.


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