ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS ENTRE BENEFICIÁRIOS DOS PLANOS DE SAÚDE NO BRASIL: BIÊNIO 2005-2006 E 2008-2009

Josemar Batista, Rita de Cássia Martins da Silva Carneiro

Resumo


Introdução: As causas externas (CE) configuram-se em um conjunto de lesões ou quaisquer outros agravos à saúde de início súbito que podem ou não levar ao óbito. No Brasil, observa-se uma elevação crescente na taxa de mortalidade por CE nos últimos 25 anos. Torna-se necessário conhecer o comportamento das mortes por CE no sistema suplementar de saúde, já que, 50,3 milhões de brasileiros possuem planos de saúde. Objetivos: descrever o total de óbitos e por CE entre os beneficiários dos planos de saúde no Brasil no biênio 2005-2006 e 2008-2009 e analisar o comportamento dos óbitos por CE nas macrorregiões brasileiras por meio da variação percentual (VP). Método: estudo descritivo cuja população é composta pelo total de óbitos registrados no Sistema Informação de Mortalidade por local de residência disponível no endereço eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A coleta dos dados ocorreu durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2016. Para análise foram utilizados de estatística descritiva apresentadas em frequências absolutas e relativas. A VP foi calculada pela fórmula: VP = [(percentual dos óbitos em 2008 a 2009 – percentual dos óbitos em 2005 a 2006) x 100]/ percentual dos óbitos em 2005 a 2006. Resultados: Foram registrados no período estudado 454.072 óbitos entre os beneficiários de saúde. Destes, 38.837 (8,55%) foram por acidentes e violências. Em relação aos óbitos por CE por macrorregiões, a região Sudeste apresentou 11.688 (64,8%) e 13.233 (63,6%) para o primeiro e segundo biênio, respectivamente, seguido da região Sul com 2.462 (13,7%) para o biênio 2005-2006 e 3.114 (15%) para o biênio 2008-2009. Entretanto, verificou-se redução do percentual desses óbitos no Brasil, passando de 8,8% para 8,4%, com uma variação percentual negativa de -4,55%. Entre as cinco macrorregiões, os maiores percentuais positivos estão concentrados na região Sul (9,49%) e Centro-Oeste (3,39%). Considerações finais: Foi possível identificar uma alteração na distribuição espacial dos óbitos por CE com tendência crescente de registos na região Sul. Infere-se que essa tendência de mortalidade pode estar associada ao maior número de notificações e da adesão de brasileiros aos planos de saúde. Espera-se que esses achados instiguem novas investigações na temática em território nacional.

Palavras-Chave: Mortalidade; Causas Externas; Saúde Suplementar; Brasil.


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