Título: ANÁLISE DA CAPACIDADE PULMONAR DE DEPENDENTES QUÍMICOS EM TRATAMENTO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Meirieli Jeane Cian, Tamiris Rodrigues Grandi, Mateus Dias Antunes, Patrícia Cesar Nascimento Peres, Adriane Behring Bianchi, Sonia Maria Marques Gomes Bertolini

Resumo


Introdução: o crack é um subproduto da cocaína que é utilizado por meio de cachimbos improvisados, causa rápida dependência devido a seu curto período de ação. É encontrado facilmente e possui um baixo custo, o que leva a grande procura do uso dessa droga. A via pulmonar é a mais prejudicada, e os sintomas respiratórios estão presentes em 25% a 60% dos usuários, causando-os dispneia, tosse, dor torácica, expectoração com resíduos de carbono, hemoptise, barotrauma, edema pulmonar, fenômenos de hipersensibilidade e deterioração da função pulmonar. Objetivo: avaliar a função pulmonar e força muscular respiratória da população em tratamento para uso do crack. Método: trata-se de um estudo transversal de natureza quantitativa, observacional com dependentes de crack em tratamento para dependência química. Os indivíduos responderam um questionário contendo sinais e sintomas respiratórios, hábitos pregressos e realizaram espirometria para analisar as capacidades pulmonares e a manuvacuometria para mensurar a força muscular respiratória. Os dados obtidos foram digitados em planilha do programa Microsoft Excel 2010 e analisados estatisticamente com o auxílio do Software Statistica 8.0 e foi utilizado o teste Exato de Fisher para verificação de associação entre as variáveis com nível de significância de 5%. Resultados: foram entrevistados 15 homens com idade média de 29,9±6,0 anos, cujo IMC médio foi de 25,0±3,1. A idade média de inicio do uso de drogas foi de 18,9±4,2 anos. O tempo médio de uso de drogas foi de 9,4±6,7 anos. A maioria dos entrevistados, 60,0% (n=9) não teve distúrbio ventilatório. 13,3% (n=2) tiveram CVF adequado, 40,0% (n=6) VEF 1 adequado e o mesmo percentual teve IT adequado. 26,7% (n=4) dos homens tiveram PFE adequado, 66,7% (n=10) tiveram PI máx adequado o mesmo percentual teve PE máx também adequado. A maioria dos entrevistados, 66,7% (n=10) afirmou que tiveram o primeiro contato com drogas por meio de amigos. 53,3% (n=8) tinham 30 anos ou mais. 46,7% (n=7) têm peso normal e o mesmo percentual pré- obesidade. Não ficou evidenciada associação estatisticamente significativa entre Espirometria e as variáveis avaliadas. Ficou evidenciada associação estatisticamente significativa entre VEF1 e sente falta de ar atualmente (p=0,0316). Considerações finais: os resultados encontrados no presente estudo sugerem que, apesar das comprovadas alterações morfológicas no trato respiratório evidenciada por outros estudos, estas não refletiram na função pulmonar de dependentes químicos em tratamento. No entanto, fazem-se necessárias a promoção da saúde enquanto estratégia de prevenção ao uso de drogas.
Palavras-chave: Cocaína Crack; Usuários de Drogas; Promoção da Saúde.

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