DO TRABALHO INFANTIL ÀS LER/DORT: O PERFIL DOS TRABALHADORES ATENDIDOS NO CEREST/VALES

Micila Pires Chielle, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Introdução: O enorme contingente de pessoas adoecidas por LER/DORT na atualidade, fazem deste grupo de doenças uma nova epidemia no Brasil. Na sua maioria são trabalhadores braçais em plena idade produtiva. Como estas lesões não surgem de uma hora para outra, cabe analisar e investigar todas as causas dessas doenças. Entre as causas está o tempo de trabalho, a estrutura corporal, a organização do trabalho, o excesso de horas trabalhadas, o tipo de atividade, entre outras. Observando essa realidade percebemos que o trabalho infantil e precoce prejudica a saúde física e mental das pessoas expostas, dificulta muito a possibilidade de estudar e é causa muito significativa para o adoecimento osteomuscular. Além de vários prejuízos intelectuais, morais e psicológicos o trabalho infantil pode conduzir também ao adoecimento físico que pode se manifestar na idade adulta. Dessa forma, é preciso olhar bem de perto essa questão para subsidiar o combate ferrenho ao trabalho para menores de 14 anos. Como na maior parte das pesquisas é necessário mostrar, quantificar, comparar e apresentar dados que comprovem o problema. É isso que este estudo pretende: dar visibilidade ao problema e oferecer mais argumentos para o combate ao trabalho infantil. Objetivo: identificar o perfil dos trabalhadores com histórico de trabalho infantil em que os diagnósticos na vida adulta foram as incapacitantes e limitantes LER/DORT. Método: Os dados coletados partiram de 278 prontuários de pessoas que ingressaram como pacientes no CEREST/Vales de 2004 a 2016. Destes 278 casos, 147 prontuários são de LER/DORT com histórico de trabalho infantil. Os demais prontuários são de outros agravos relacionados ao trabalho, como perda auditiva, intoxicações exógenas, sequelas de acidente de trabalho, dermatoses, acidentes com animais peçonhentos, sofrimento entre outros, inclusive LER/DORT sem histórico de trabalho infantil. Resultados e Considerações finais: Observando somente estes números, já percebemos que há algo inquietante nesta informação, ou seja, 53% dos casos atendidos no CEREST/Vales são de LER/DORT com histórico de trabalho infantil e os outros 47% se dividem no restante de vários agravos citados.
Palavras-chaves: Saúde do Trabalhador; Trabalho Infantil; Lesões por Esforços Repetitivos; Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.

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