CARACTERIZAÇÃO DE PACIENTES NOTIFICADOS COM SRAG NO RIO GRANDE DO SUL, 2014-2016

Maria Eduarda Gunther Oliveira Drumm, AugustoFerreira Weber Ferreira Weber, Jane Dagmar Pollo Renner, Lia Possuelo Gonçalves Possuelo

Resumo


desde o seu surgimento no México em 2009, o novo subtipo do vírus da Influenza A, o H1N1, tornou-se foco de combate e de estudo. Sua rápida propagação e subsequente pandemia deveram-se à sua maneira fácil e eficaz de transmissão por partículas de gotículas através das vias respiratórias. Nesse sentido, visando controlar a propagação do vírus, é imprescindível a realização de dados que analisem a frequência de casos suspeitos e confirmados pelas autoridades de saúde. Objetivo: Caracterizar epidemiologicamente os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado do Rio Grande do Sul no período de 2014 a 2016. Método: Foi realizado um estudo do tipo ecológico, utilizando dados secundários, obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2014 a 2016 referentes às suspeitas/infecções por H1N1 em todos os municípios do Rio Grande do Sul. As variáveis incluídas no estudo foram faixa etária por ciclo de vida, raça, escolaridade, uso de antiviral, gestante, hospitalização, classificação final do agente patológico e evolução. Foram realizadas análises descritivas, apresentadas como frequências e números absolutos.  Resultados: Um total de 9.142 notificações foram analisados, 4752 (51,97%) indivíduos eram homens, cujas frequências ao longo de cada ano foram 50,48% em 2014; 53,94% em 2015 e 51,63% em 2016. Ao avaliar o total de indivíduos por anos de vida, a faixa de 0-9 anos foi a mais prevalente, independente da distinção de sexo. Quanta a raça, a maioria eram brancos. Considerando a escolaridade, o maior número de casos (15,96%) apresentava o Ensino Fundamental completo. Observando o quadro gestacional, verificou-se que 3,2% mulheres estavam grávidas e o período de infecção predominava no terceiro trimestre (1,35%). Quanto ao uso de antiviral, 57,37% dos casos notificados não utilizaram. Quanto a classificação final de patógenos  causadores da SRAG, 60,15% não foi especificada o agente, 20,5% por outros vírus respiratórios e 18,12% a SRAG foi causada pelo vírus Influenza A. Apenas 1,21% de notificações de SRAG foram classificadas como inconclusivas. A doença evoluiu para o óbito em 9,89% do total de indivíduos notificados. Observou-se que as taxas de infecção pelo vírus H1N1 cresceram ao longo do período (21,36% em 2014, 25,48% em 2015 e 53,15% em 2016), o que pode explicar o aumento do número de óbitos pelo mesmo período (9,26% em 2014, 9,27% em 2015, e 10,45% em 2016). Considerações finais: Avaliando os dados, observou-se maior frequência de infecções em homens, predominando na faixa etária de 0-9 anos. Constatou-se que houve maior predominância de escolaridade inespecífica e em indivíduos de raça caucasiana. Verificou-se, também, que notificações sem uso de antiviral foram predominantes. Ao longo do período analisado, notou-se, por fim, que os casos de H1N1 aumentaram, corroborando com o aumento da taxa de óbito.

Palavras-chave: Influenza A; Frequência do H1N1; H1N1 no Rio Grande do Sul; Epidemiologia; Síndrome Respiratória Aguda Grave.


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