INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS COM TAMOXIFENO DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA
Resumo
Introdução: O tamoxifeno (TAM) origina o metabólito ativo endoxifeno realizando o efeito terapêutico. A interação medicamentosa acontece com uso concomitante de drogas inibidoras da CYP2D6 com o TAM, ocasionando uma redução dos níveis plasmáticos do endoxifeno, ocorrendo um maior risco de recorrência do câncer de mama (CM) e/ou progressão da doença. Objetivo: Verificar as interações medicamentosas com o TAM das pacientes com CM e classificá-las em interações fortes ou médias. Método: Estudo transversal, incluindo 100 mulheres que receberam prescrição de TAM para o tratamento do CM, atendidas no Sistema Único de Saúde em um Centro de Oncologia Integrado de um hospital do interior do Rio Grande do Sul, no período de 26/11/2015 a 18/06/2016. As pacientes responderam a um questionário com características da farmacoterapia para averiguar possíveis interações medicamentosas previsíveis, autorreferida por elas, a utilização de medicamentos que interagem com o TAM, as respostas eram dicotômicas (sim ou não). Para interações fortes e médias são classificados os medicamentos que apresentam respectivamente graus elevado e médio de inibição da CYP2D6. Os inibidores fortes são: paroxetina, fluoxetina e bupropiona; e inibidores médios são: amitriptilina, nortriptilina, sertralina, citalopram, venlafaxina, cimetidina, clorpromazina, haloperidol, amiodarona, verapamil e anlodipino. As análises descritivas foram realizadas pelo programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 23, empregando medidas de frequência (absoluta e relativa). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o número 1.300.660. Resultados: 32% das pacientes apresentaram interação medicamentosa e 2% não souberam informar. Os medicamentos e a porcentagem de uso pelas pacientes são paroxetina (1%), fluoxetina (10%), bupropiona (3%), amitriptilina (10%), citalopram (10%), venlafaxina (7%), cimetidina (1%), haloperidol (1%), anlodipino (1%). Não houve respostas positivas para nortriptilina, sertralina, clorpromazina, amiodarona e verapamil. Considerando as interações fortes, 7% das pacientes apresentaram 1 interação medicamentosa e 1% tiveram 2 interações. Para interações médias 17% apresentaram 1 interação e 2% relataram 2 interações. 4% das pacientes obtiveram 1 interação forte e 1 média e 1% teve 1interação forte e 3 médias. Considerações finais: As pacientes com interações medicamentosas encontram-se em risco; aproximadamente um terço delas estão nesta situação. A equipe interdisciplinar necessita informar a elas sobre as interações medicamentosas e a importância de relatar aos seus médicos o uso do TAM, diminuindo assim a probabilidade de desenvolvimento das interações. Quando necessário, o uso de medicações concomitantes com TAM deve-se priorizar inibidores fracos ou não inibidores podendo ser administrados com segurança em pacientes recebendo TAM.
Palavras-chaves: Neoplasias da mama; Antineoplásicos Hormonais; Tamoxifeno; Contraindicações.
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