VRE EM UMA UTI ADULTO NO SUL DO BRASIL

Cássio Alexsandro Pohl da Cunha, Morgana Marion, Jane Dagmar Pollo Renner, Danielly Joani Bullé

Resumo


Introdução: Pacientes hospitalizados internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) são mais vulneráveis às infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS). Os enterococos resistentes a multiplas drogas (MDR’s) são os principais promotores de IRAS no ambiente hospitalar. O uso excessivo da vancomicina pode promover o desenvolvimento de VRE, e este pode transferir sua resistência a outros microrganismos Gram positivos. Objetivo: Estimar a prevalência de VRE dos pacientes internados na UTI Adulto de um hospital escola do Rio Grande do Sul. Método: Realizou-se um estudo transversal de caráter prospectivo, de 40 pacientes com mais de 72 horas de internação na UTI adulta, no período de janeiro a abril de 2016.  Os dados dos pacientes como idade, sexo, tempo de internação, doença de base, uso de antibióticos foram coletados nos prontuários. A análise microbiológica foi realizada pela semeadura das amostras do swab retal nas placas com meio ágar Azida + sangue de carneiro, e estas foram incubadas durante 24 horas à 36ºC para seu desenvolvimento. Após, realizou-se a análise das colônias pelo método de Gram e pelas provas bioquímicas de catalase, NaCl 6,5% em meio BHI, PYR e bile esculina. Posteriormente, após confirmação de Enterococcus spp., semeou-se em meio seletivo com 0,4 ug de vancomicina, para verificação da sua resistência ao glicopeptídeo. Os dados obtidos pela execução do projeto foram submetidos ao SPSS 21.0, onde se comparou os microrganismos isolados com as variáveis de risco, sendo que as avaliações foram realizadas pela Correlação de Pearson, considerando os dados significativos quando p ≤ 0,05. Resultados: Durante o período de estudo identificou-se a média de idade, 56,75 (±20,2) anos, media do tempo de internação, 4,75 (±3,4) dias, 23 (57,5%) eram mulheres, 33 (82,5%) eram brancos, 31 (77,5%) pacientes faziam uso de antibióticos, 25 (62,5%) tiveram procedimentos invasivos, 29 (72,5%) possuíam doença crônica e 9 (22,5%) eram usuários de fralda. Encontraram-se 6 (15%) pacientes colonizados com Enterococcus spp., destes, a média de idade foi 62,83 (±22,2) anos, a média do tempo de internação foi 4,75 (±5,7) dias, 4 (66,6%) eram mulheres, 5 (83,3%) eram brancos, 6 (100%) faziam tratamento com antibiótico, 4 (66,6%) tiveram procedimento invasivo, 5 (83,3%) possuíam doença crônica, e 5 (83,3%) faziam uso de fraldas, porém não foi encontrado VRE. Considerações finais: Pode-se concluir que não foram encontrados casos de VRE na UTI adulto do hospital escola no período estudado.  Através dos resultados obtidos da situação epidemiológica de VRE na UTI adulto, espera-se contribuir para informar a atual prevalência deste, e que estratégias sejam mantidas, adequadas e/ou melhoradas, garantindo a prevenção do surgimento de tal resistência.

Palavras-chaves: Unidade de Tratamento Intensivo (UTI); Enterococcus spp. resistente à vancomicina (VRE); Microbiologia.


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