O USO DE ANSIOLÍTICOS EM ODONTOLOGIA
Resumo
Kathleen Elizabeth Zimmer, Bruna Feron, Magda de Sousa Reis, Márcia Helena Wagner
Introdução: A ansiedade é um fator emocional que tem grande influência naOdontologia, causando estresse e desconforto tanto ao paciente quanto aoprofissional. Estudos estimam que 75% da população adulta já apresentou estacondição devido a algum procedimento. Isto pode corroborar para a decisão sobreo tratamento, fazendo com que estes indivíduos evitem realiza-los, agravando oquadro de saúde oral e exigindo intervenções mais invasivas. Diante disso, ocontrole da ansiedade é fundamental na prática clínica odontológica. Dessa forma,recomenda-se o uso de sedação consciente. Esta abordagem corresponde ao usode medicamentos sedativos para produzir um estado de depressão do sistemanervoso central, na qual o contato verbal com o paciente é mantido durante todo oatendimento. Existem diferentes métodos para esta sedação: administração debenzodiazepínicos por via oral ou parenteral, inalação com óxido nitroso, entreoutros. Os benzodiazepínicos orais são os fármacos mais comumente prescritos porcirurgiões-dentistas a fim de minimizar a ansiedade durante a consulta. Objetivo:Nesse contexto, objetivou- se investigar a prescrição de ansiolíticos por parte deacadêmicos de Odontologia e cirurgiões-dentistas, em instituições de ensinosuperior, clínicas privadas e serviços públicos. Metodologia: Esta pesquisaconstituiu-se em uma extensão de um estudo transversal, realizado na forma dequestionário através da plataforma Google Forms. O referido estudo buscouanalisar a prescrição e uso de fármacos na Odontologia no âmbito da 28a Regiãode Saúde do Rio Grande do Sul (RS), assim como no Curso de Odontologia daUniversidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e nos consultórios odontológicos darede pública e privada de Santa Cruz do Sul. A pesquisa foi submetida para a avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC e aprovada sob parecernúmero 4.192.007. Os dados foram coletados no período de junho a setembro de2021 e analisados, parcialmente, no Microsoft Excel. Resultados: Um total de 110indivíduos responderam ao questionário da pesquisa. Destes, 46% eramacadêmicos de graduação e 54% eram cirurgiões-dentistas. Dos entrevistados, 96%não prescreveram ansiolíticos aos seus pacientes previamente ao atendimentoodontológico e 4% costumavam realizar a prescrição. Considerando os sujeitos quefaziam o uso destes fármacos, todos eram cirurgiões-dentistas, sendo 75%
especialistas, 50% mestres, 25% doutores e clínicos gerais. Além disso, identificou-se que os mesmos atuavam na rede pública e privada, bem como em instituição de
ensino superior. Quanto ao número médio de pacientes que atendiam em um dia detrabalho, 50% dos profissionais relataram de 1 a 5 pacientes e 50% de 6 a 10pacientes. Da mesma forma, quanto ao número de pacientes com urgências queestes indivíduos atendiam em média por semana, 50% dos dentistas relataram de1 a 3 urgências e 50% de 4 a 6 urgências. Isto posto, estes profissionais sugeriramo emprego de ansiolíticos apenas para pacientes muito ansiosos, nos quais oDiazepan foi a droga de escolha. Considerações finais: Portanto, os resultadosdesta pesquisa revelaram um baixo uso de ansiolíticos em Odontologia, sendoadministrados apenas por cirurgiões-dentistas. Dentre os profissionais queprescreveram, o Diazepam foi o fármaco de escolha e prescrito apenas parapacientes muito ansiosos. Novas pesquisas devem ser realizadas a fim deesclarecer o uso dessa classe medicamentosa entre profissionais e estudantes deOdontologia.
Palavras-chave: Sedação consciente, ansiolíticos, odontologia.
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