FERIDA CRÔNICA DE MEMBRO INFERIOR: DESAFIOS NO CUIDADO INTEGRAL

Ingrid Franco Machado, KIANDRA THOMÉ, Bianca Luisa Morais, Angela Cristina Ferreira da Silva, Daiana Weber klein carissimi

Resumo


INTRODUÇÃO: As lesões crônicas são o resultado do agravamento de lesões agudas, que podem ter diversos tipos de origem: ulcerativas, cirúrgicas, traumáticas e vasculares. Elas denominam-se crônicas quando, apesar de terem tratamento adequado, não têm cicatrização, em um período de até seis semanas ainda apresentam processos infecciosos, o que torna o cuidado mais complexo. As lesões de origem vascular são, em geral, de baixa resolutividade, interferem no cotidiano do portador e de seus familiares. Com isso, a assistência multiprofissional no cuidado a feridas crônicas ainda enfrenta grandes desafios, mesmo planejada de forma individualizada, através de avaliações, acompanhamento da cicatrização e de orientações ao portador e aos seus familiares, quanto aos cuidados na realização do curativo. Essa baixa resolutividade se agrava ainda mais quando o paciente perde a esperança de cura e não há o envolvimento familiar no processo de cuidado. Assim, dificulta o êxito no tratamento da lesão. OBJETIVO: Descrever a experiência vivenciada por acadêmicas do Curso de Enfermagem e Fisioterapia no atendimento multiprofissional ao paciente com ferida crônica de origem venosa em membro inferior. MÉTODOS: Experiência vivenciada durante as atividades multidisciplinares no Ambulatório de Feridas no Serviço de Reabilitação Física ? Universidade de Santa Cruz do Sul. RESULTADOS: Paciente A. R., portador de lesão crônica, de origem venosa, há aproximadamente 20 anos, localizada na região maleolar lateral em membro inferior direito, recebe atendimento semanal, no Ambulatório de Feridas, desde agosto de 2018. A lesão apresenta 14cm de comprimento e 10cm de largura, com bordas maceradas e média quantidade de tecido de granulação e fibrina. Lesão plana, drena secreção serosa não espessa em média quantidade, com odor característico. É realizada a limpeza da ferida com SF 0,9%, gaze e desbridamento, conforme a necessidade, pelos acadêmicos de Enfermagem. Posteriormente, são aplicados Alta-Frequência Portátil e LASER modo pontual, com Caneta 660nm, pelos acadêmicos de Fisioterapia. Após isso, a lesão é limpa novamente e é aplicada Safgel, fornecida pelo paciente e coberta com gaze, ataduras e fixada com fita adesiva. A região peri lesão apresenta-se escamativa, e, durante o procedimento, o paciente refere sensibilidade em algumas regiões da lesão. Nos atendimentos, A.R chega acompanhado pela esposa. Esta não demonstra interesse em fazer parte do cuidado domiciliar ou em auxiliar o paciente durante a realização do curativo, pois diz ter insistido muito, porém A.R não se ajuda. Já o paciente, que possui amputação a nível transfemoral, sobrepeso e sedentarismo, demonstra pouco de entusiasmo para realização dos cuidados adequados em sua residência. Em relação aos profissionais de saúde, orienta-se em todos os atendimentos: a realização do curativo adequado, posicionamento do membro, deambulação e alimentação correta. Diversos encaminhamentos à equipe multiprofissional também já foram feitos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Acredita-se que os profissionais de saúde dos serviços envolvidos devam buscar o bem-estar do paciente, procurando meios para sensibilizar a família e/ou cuidadores, minimizando os possíveis agravos que uma lesão crônica desencadeia de forma sistêmica. A importância no cuidado à lesão e aos aspectos gerais pessoais do portador são fundamentais para a melhoria na sua qualidade de vida, uma vez que se impede, de certa forma, o aumento e a proliferação de mais lesões adjacentes à primária.

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ISSN 2764-2135