Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc

Introdução: A Reabilitação Cardiorrespiratória (RCP) é definida como um programa que visa a prevenção secundária, reduzindo o risco cardiovascular em pacientes com cardiopatia pré-existente, através de exercícios. Com os acontecimentos referentes à pandemia do COVID-19, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), na resolução N° 516 de 20 de março de 2020, permitiu o atendimento não presencial na modalidade teleconsulta e telemonitoramento. O telemonitoramento destacou-se como uma alternativa possível, durante o período de pandemia, para a concretização das atividades da RCP, de forma síncrona, com o paciente. Objetivo: apresentar um caso de telereabilitação cardiorrespiratória executado de forma síncrona. Metodologias: Homem, de 66 anos em pós-operatório de revascularização do miocárdio, participante há 4 meses do RCP do Hospital Santa Cruz, teve suas sessões de fisioterapia interrompidas devido à pandemia. Após teleconsulta, o paciente apresentou a possibilidade de execução do telemonitoramento por vídeo chamada via WhatsApp. Paciente consentiu em participar dos atendimentos por meio de telecomunicação, sendo realizada uma reavaliação clínica com os questionários de saúde: Índice de Comorbidades de Charlson, Classificação de NYRA, Questionário Minimental, Apgar de Funcionalidade da Família, Escala de Depressão Geriátrica, Teste de KATZ, Escala de Eficácia de Quedas e Classificação Funcional da Marcha de Holden. Foram coletadas informações referentes à moradia, endereço correto e contato telefônico da esposa. Os atendimentos fisioterapêuticos foram realizados com o intuito de promover melhora na qualidade de vida e dar segmento à reabilitação cardiovascular, utilizando os protocolos de telereabilitação cardiopulmonar da UFSCar/DFisio (3 programas contendo 12, 13 e 14 exercícios físicos distintos). Foram realizadas 8 sessões de fisioterapia, frequência de 1 vez por semana, com duração aproximada de 30 minutos, com variações entre os exercícios físicos. O paciente era orientado a continuar praticando a atividade física em seu domicílio, de forma regular, em dias alternados, durante o restante da semana e relatar qualquer possível intercorrência. Principais resultados: a disponibilidade do paciente, interesse e sua cognição preservada auxiliaram na execução dos exercícios de modo satisfatório, houve uma grande interação entre o programa de RCP e o paciente, assim estimulando seu cognitivo e promovendo sua funcionalidade de modo global. Encontramos pouca dificuldade de compreensão nas correções posturais e de execução dos exercícios, e um grande reconhecimento do paciente, que relatou como estes atendimentos melhoraram sua qualidade de vida e o estimularam a continuar a prática de exercícios físicos regulares. Na reavaliação, após as 8 sessões de fisioterapia, encontramos resultados similares nos questionários e escalas, mantendo o mesmo nível de funcionalidade avaliado. Conclusão: o telemonitoramento mostrou-se efetivo para um paciente em reabilitação após a cirurgia cardíaca, pois é uma alternativa viável, considerando os tempos de pandemia do COVID-19.