QUALIDADE DO SONO E FREQUÊNCIA DE ESTRESSE PÓS-EVENTO EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM COVID-19

Carolina Schmitt, Luana Dos Passos Vieira, Bruna Luiza da Cunha, Carolina Sofia Kist, Renata Trimer, Andrea Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


Introdução: A doença causada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, é uma patologia que apresenta sintomatologia prevalentemente respiratória, o que pode ocasionar uma má qualidade do sono e gerar estresse pós-evento. O Programa de Reabilitação Cardiorrespiratória (PRC) do Hospital Santa Cruz (HSC), que integra um grupo de pacientes com DPOC, pós-cirurgia cardíaca, neste ano incluiu pacientes diagnosticados e curados de COVID-19 para realizar fisioterapia. Objetivo: Avaliar a qualidade do sono e a frequência de estresse pós-evento em pacientes diagnosticados com COVID-19. Método: Estudo transversal, descritivo, com amostragem de conveniência, avaliou pacientes de ambos os sexos curados de COVID-19, pós-alta hospitalar, utilizando: 1- questionário de saúde geral contendo dados antropométricos incluindo índice de massa corporal (IMC) e circunferência do pescoço (CP); 2- questionário Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), constituído por 19 questões em auto-relato e cinco questões direcionadas ao cônjuge, categorizado em sete componentes, graduados em escores de zero (nenhuma dificuldade) a três (dificuldade grave). Os componentes do PSQI são: C1 qualidade subjetiva do sono, C2 latência do sono, C3 duração do sono, C4 eficiência habitual do sono, C5 alterações do sono, C6 uso de medicamentos para dormir e C7 disfunção diurna do sono. A soma total de todos os componentes varia de zero a vinte um, sendo que, quanto maior o número, pior a qualidade do sono; 3- Escala de Impacto do Evento ? Revisada (IES_R), do tipo likert, de auto-aplicação, onde o indivíduo responde às questões baseando-se nos 7 dias anteriores à aplicação da escala. A escala é composta de 22 itens distribuídos em 3 subescalas (evitação, intrusão e hiperestimulação) que contemplam os critérios de avaliação de transtorno do estresse pós-traumático. O escore para cada questão varia de 0 a 4 pontos e o cálculo do escore de cada subescala é obtido por meio da média dos itens que compõem as subescalas evitação, intrusão e hiperestimulação, desconsiderando-se as questões não respondidas. O escore total é a soma dos escores das subescalas. Os dados foram inseridos e analisados no programa SPSS versão 25.0, considerando-se significativo um p=0,05. Resultados: Foram avaliados 10 pacientes curados de COVID-19, sendo 06 do sexo feminino, idade média 48,70±10 anos, IMC 27,3±6,3 Kg/m2 e CP 36,0±4,1cm, ou seja, apenas 1 sujeito com risco de apneia do sono. Dentre eles, 09 pacientes foram diagnosticados com teste PCR-RT, 06 realizaram tratamento hospitalar para COVID-19 [tempo de internação mediana 3 (1-28) dias], 04 mantiveram-se em isolamento domiciliar. No PSQI, 50% dos sujeitos apresentaram qualidade de sono ruim. Pela IES_R, 50% dos sujeitos apresentaram estresse pós-evento. Encontramos associação positiva entre PSQI_5 com a IES_R (subescala hiperestimulação) p=0,765 p=0,01. Conclusão: Neste estudo piloto, 50% dos sujeitos pós-COVID19 foram afetados na sua qualidade de sono e apresentaram estresse pós-evento, sendo que a hiperestimulação oriunda do estresse pós-evento interfere diretamente nas alterações do sono.

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ISSN 2764-2135