CONCORDÂNCIA ENTRE OS TESTES DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS E O EFEITO DO USO DO CPAP PORTÁTIL SOBRE A CAPACIDADE FUNCIONAL EM PACIENTES COM DPOC: UM ESTUDO PILOTO

Bruna Luiza da Cunha, Kamila Mohammad Kamal Mansour, Renata Trimer, Camila da Silva Brinques, Douglas Alex Weiss Martins, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é considerada uma doença de caráter crônico, progressivo e multissistêmico, na qual resulta em dificuldades na realização de atividades de vida diária (AVD?s) e na diminuição da tolerância ao exercício físico, isso leva à necessidade de explorar terapias além das farmacológicas. Dentre as terapias não farmacológicas utilizadas por esses pacientes, está o suporte respiratório não invasivo, na qual fornece às vias aéreas uma pressão positiva continua (CPAP), evitando, assim, o seu colapso e resultando em benefícios como diminuição da dispneia, melhora da capacidade de tolerância de exercícios e qualidade de vida. Contudo, grande parte dos dispositivos de CPAP necessitam de uma fonte de alimentação de energia e, por isso, permanecem fixos, o que dificulta a sua utilização durante as AVD?s e na prática de exercícios físicos. Objetivo: construir um sistema de alimentação portátil (SAP) que permitisse utilizar a CPAP de forma transportável e investigar o uso e a melhor forma de transporte desse dispositivo durante uma atividade física submáxima. Além disso, verificar a concordância entre testes e o efeito do uso do CPAP portátil nas variáveis distância percorrida e trabalho de caminhada. Métodos: estudo piloto de delineamento transversal, descritivo e retrospectivo com amostragem de conveniência não probabilística, realizado junto ao Programa de Reabilitação Cardiorrespiratória do Hospital Santa Cruz, que avaliou: função pulmonar através de espirometria; capacidade submáxima de exercício pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6m) em 3 momentos: 1º: TC6m convencional; 2º: TC6m + CPAP com o dispositivo sendo levado pelo examinador; 3º: TC6m + CPAP_mochila, em que o paciente portava o sistema em uma mochila de costas.  Para as análises estatísticas utilizou-se: Teste T de Student; análise de variância de medidas repetidas; correlação de Spearman. A concordância entre as variáveis do TC6m foi analisada e representada graficamente, em pares, pelo diagrama de Bland-Altman e o tamanho do efeito foi calculado utilizando o teste de Cohen's d. Nível de significância de p=0,05. Resultados: 10 sujeitos com DPOC, maioria homens (n=7), média de idade de 68,40 anos, e com grau moderado a muito severo da doença. Encontramos concordância entre o TC6m e o TC6m + CPAP, onde o examinador carrega o dispositivo durante o teste. A melhor forma de testar o CPAP portátil é por meio do TC6m + CPAP sendo carregado pelo avaliador. Evidenciamos correlação positiva (r=0,794 p=0,006) entre o peso corporal do paciente somado ao peso da mochila com o dispositivo CPAP + SAP, e o trabalho de caminhada no 3º TC6m. Conclusão: O CPAP portátil pode ser acrescentado à prática clínica como adjuvante no tratamento da DPOC e a melhor forma de transporte junto ao SAP, até o momento, é a realizada por terceiros e não pelo paciente. Porém, seu uso não deve ser generalizado para todos os pacientes, recomendando-se avaliação individualizada antes da prescrição.

 


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135