AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UM SISTEMA ALGAL TURF SCRUBBER (ATS) EMPREGANDO DIFERENTES VAZÕES

GISELE ALVES, Tiele Medianeira Rizzetti, Mateus da Silva Szarblewski, Lisiane Brittes Benitez, Rosana de Cassia de Souza Schneider

Resumo


Há uma necessidade crescente de tecnologias de baixo custo para melhorar a qualidade da água em ecossistemas aquáticos degradados. A engenharia ecológica oferece uma abordagem para a gestão desse problema através do desenvolvimento de ecossistemas controlados, projetados especificamente para tratamento de água. O Sistema Algal Turf Scrubber (ATS), é uma tecnologia que visa a remoção de nutrientes da água através de um biofilme perifítico composto por diversos microrganismos, principalmente de algas. Atualmente, há um grande interesse no cultivo controlado de perifíton para várias aplicações e na produção de biomassa. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a formação do biofilme perifítico em um sistema ATS laboratorial e identificar as espécies de microalgas que se desenvolveram em diferentes vazões empregadas no sistema, bem como avaliar o rendimento em biomassa e caracterizá-la quanto a lipídios, ácidos graxos e carboidratos. Os cultivos foram suplementados com 5 g L-1 de NPK (17% de nitrogênio, 11% de fósforo e 18% de potássio), sob diferentes vazões de água. Foram avaliados os experimentos E2 com uma vazão de 2,5 L min-1; o experimento E3 com uma vazão de 3 L min-1 e o experimento E4 com uma vazão de 4 L min-1. Foi possível obter um rendimento de biomassa de 13,9 ± 1,35, 14,0 ± 1,34 e 11,4 ± 2,14 g m² d-1, respectivamente. A vazão de 4 L min-1 apresentou menor produtividade quando comparadas aos outros experimentos, demonstrando que a vazão empregada pode ser um importante fator para que o sistema tenha um bom desempenho. O teor de lipídios na biomassa foi de 14,2 ± 3,8% para o experimento E2,  5,11 ± 1,5% para o experimento E3 e 10,43 ± 2,8% para o experimento E4. O ácido palmítico foi o ácido graxo em maior abundância 49,77 ± 12,4% e a concentração média de carboidratos foi de 15,89 ± 1,6% no experimento E2; 13,43 ± 1,9% no experimento E3; e 18,50 ± 0,29% no experimento E4. Foram identificados 6 táxons de algas pertencentes a 3 filos diferentes. O sistema ATS foi colonizado por microalgas da classe Bacillariophyceae com o gênero Nitzschia, a classe Chlorophyceae com os gêneros Chlorella, Microspora e Desmodesmus e a classe Euglenophyceae, com os gêneros Lepocinclis e Euglena. Esses táxons apareceram em todos os experimentos com um predomínio das algas Chlorella (gênero de algas verdes), Microspora (gênero de algas filamentosa) e Desmodesmus (gênero de algas verdes). Através das análises realizadas a partir da biomassa perifítica, foi possível constatar que o sistema possui potencialidade para tratamento de águas e aproveitamento de biomassa. A vazão pode interferir no desempenho de um sistema ATS, e o ajuste adequado dessa vazão ao sistema é necessária para a formação de biofilme, bem como a remoção de nitrogênio e contaminantes.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135