RELAÇÃO ENTRE A MASSA CELULAR CORPORAL E A ADAPTAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA FRENTE A UM TESTE SUBMÁXIMO EM PACIENTES COM DPOC
Resumo
Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é considerada uma doença progressiva que acarreta invalidez e morte precoce. A doença cursa com sintomas sistêmicos e funcionais que levam à intolerância ao exercício físico por múltiplos mecanismos, como a limitação ventilatória, fraqueza muscular e alteração nutricional, devendo-se considerar a avaliação de outros aspectos que não apenas a função pulmonar nos pacientes. Objetivo: Investigar a relação entre o percentual de Massa Celular Corporal (%MCC) e adaptação da Frequência Cardíaca (FC) frente a um exercício com carga constante em pacientes com DPOC. Métodos: Estudo transversal, com amostragem de conveniência, incluiu pacientes DPOC do Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiratória (LARECARE), de ambos os sexos, e excluiu aqueles com arritmias cardíacas, déficit cognitivo e desordens musculoesqueléticas e nervosas. Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica e à composição corporal por Bioimpedância Elétrica (BIA) (Biodynamics®, Brasil) seguindo as recomendações de permanecerem em jejum, em decúbito dorsal numa posição confortável, com pernas e braços levemente abduzidos não permitindo contato entre as extremidades e o tronco e repouso de pelo menos 15 minutos antes de iniciar a avaliação para coleta da variável %MCC. Durante o Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6m) avaliou-se a cinética off da FC com o cardiofrequencímetro (Polar®, S810i) para o registro continuado de cada batimento da FC durante todo o TC6m e posteriormente analisados no software específico CardioKin® (versão 1.2) para extração das variáveis Constante de Tempo (TAU) e Tempo Médio da Resposta (TMR). As associações entre as variáveis clínicas, BIA e cinética da FC foram analisadas por meio da correlação de Spearman no programa SPSS versão 25.0, considerando significativo p=0,05. Resultados: Foram avaliados 8 pacientes, com predominância do sexo masculino (n=5), etnia caucasiana (n=6), acima do peso (n=6), risco cardiovascular elevado (n=7) e estadiamento da doença variando entre moderado e muito severo (n=8). Os pacientes percorreram em média 377,2m no TC6m e encontramos uma lentificação na cinética off da FC pós-teste (TAU=41,8±30,4s; TMR=51,7±31,5s). Fortes associações obtidas: os pacientes apresentaram um %MCC inversamente proporcional ao TAU ao final do exercício (r= -0,738, p=0,037) e inversamente proporcional ao TRM ao final do exercício (r=-0,714, p=0,047). Conclusão: Pacientes com DPOC que possuem maior percentual de tecido quimicamente ativo apresentam melhor adaptação e resposta cardíaca ao final do exercício com carga constante.
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ISSN 2764-2135